Nesta segunda-feira (26), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) voltou a pedir ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, a retirada o sigilo das imagens da confusão no aeroporto de Roma.
O novo pedido da OAB foi feito em atendimento aos apelos da defesa de Roberto Mantovani Filho, Andreia Munarão e Alex Zanatta Bignotto. Os três são acusados de hostilizar o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
O inquérito para apurar a confusão foi instaurado sob sigilo. No dia seguinte à confusão, os acusados acordaram com a Polícia Federal na porta.
Como Roberto Mantovani Filho e Andreia Munarão já tinham um compromisso agendado para aquele dia, apenas Alex Zanata Bignotto compareceu à polícia para prestar depoimento no dia 16 de julho de 2023.
No início de outubro de 2023, após apelo da OAB, Toffoli decidiu retirar o sigilo do inquérito, mas manteve em segredo as imagens do aeroporto enviadas pelas autoridades italianas que mostram a confusão.
Toffoli considerou que as imagens mostram “inúmeras pessoas, incluindo menores de idade”, que não teriam relação com o caso, e por isso, para manter a privacidade delas, optou pela não divulgação.
Após seguidos apelos da defesa do trio, o ministro permitiu que o advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho tivesse acesso às imagens apenas nas dependências do STF, sendo vedada a extração de cópia pela defesa e pelo Ministério Público.
“O sigilo, com relação ao investigado, é admissível apenas na medida do necessário à colheita dos elementos de prova. A partir da autuação dos dados, quando não mais se faz indispensável o sigilo, restringir o direito de defesa é medida incompatível com a vigente ordem constitucional”, diz um trecho do novo pedido da OAB enviado a Dias Toffoli.
“O referido acesso à íntegra dos elementos de prova colhidos ao longo do procedimento permite não somente o exercício constitucional da ampla defesa, mas também a fiscalização da produção dos elementos informativos, como perícias, que frequentemente não se repetem no processo, a antecipação de estratégias defensivas e a busca por eventuais nulidades ou irregularidades que possam afetar o direito dos investigados”, disse a OAB em outro trecho do documento.
Para a OAB, a negativa de Toffoli não fere somente as prerrogativas dos advogados, mas afeta “toda a sociedade e o próprio equilíbrio necessário ao Estado Democrático de Direito, considerando que o advogado desempenha papel essencial na defesa dos direitos e liberdades fundamentais de seus representados”.
Em outubro de 2023, o advogado Ralph Tórtima disse que a investigação “tem lado” e é “nitidamente direcionada” para favorecer uma das partes, em referência à versão apresentada pelo ministro sobre a confusão.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Cid confirma que Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado, diz advogado
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; assista ao Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião