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Alexandre Ramagem
Parlamentares da base governista comemoraram a realização da segunda operação contra aliados de Bolsonaro no Congresso em uma semana.| Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Parlamentares da base aliada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemoraram a operação deflagrada na manhã desta quinta (25) contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) por suspeita de ligação com o suposto esquema de espionagem montado dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entre o final do governo de Michel Temer (MDB) e parte da gestão de Jair Bolsonaro (PL).

A operação Vigilância Aproximada cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete de Ramagem na Câmara dos Deputados e no apartamento funcional dele em Brasília. Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os parlamentares da base governista que comemoraram a operação contra Ramagem, o senador Humberto Costa (PT-CE) considerou o suposto esquema como “criminoso” e defendeu que “os criminosos paguem, dentro da lei, pelo mal que causaram ao país e à democracia”.

“O desespero tá grande. E o cerco está se fechando. Tic tac”, comentou o senador.

Já a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) ironizou o cumprimento dos mandados contra Ramagem, dizendo que “o bom dia da Polícia Federal hoje foi no apartamento e no gabinete do Deputado Federal Alexandre Ramagem, alvo de busca e apreensão”.

"Sempre denunciei e combati essa atuação ilegal da Abin durante o governo Bolsonaro. A volta da arapongagem desvirtua o trabalho de inteligência que é fundamental pra qualquer governo", pontuou o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).

Além de Ramagem, outro deputado federal aliado a Bolsonaro foi alvo da PF recentemente. Na semana passada, Carlos Jordy (PL-RJ) teve mandados de busca e apreensão cumpridos no gabinete na Câmara e na casa dele em Niterói (RJ) durante a 24ª fase da Operação Lesa Pátria por supostamente incitar os atos de 8 de janeiro de 2023.

A operação desta quinta (25) é um desdobramento da ação Última Milha, desencadeada em outubro do ano passado para apurar o uso de ferramentas de geolocalização de celulares e tablets para monitorar políticos, juízes, entre outras pessoas, sem autorização judicial.

Alexandre Ramagem foi o diretor-geral da Abin no governo Bolsonaro e também já atuou como delegado da Polícia Federal. O deputado é, ainda, pré-candidato do PL à prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais deste ano.

Na época da operação Última Milha, Ramagem disse que determinou uma auditoria formal em todos os contratos ao assumir o cargo em 2019 e que a análise levou a um pedido de correição na Corregedoria-Geral da Abin, e que a ação da PF foi resultado do "trabalho de austeridade promovido na nossa gestão".

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