Ouça este conteúdo
Parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já estão nos Estados Unidos para acompanhar a posse do presidente norte-americano Donald Trump, marcada para a próxima segunda-feira (20). A comitiva, formada por deputados e senadores, já tem uma reunião programada com Jim Pfaff, conselheiro de Trump e presidente da "The Conservative Caucus", uma organização não governamental (ONG) de orientação conservadora.
Segundo um integrante da comitiva, a pauta do encontro ainda não foi definida. No entanto, declarações anteriores de Pfaff sobre a situação política no Brasil indicam que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ex-presidente Jair Bolsonaro deverão permear as conversas. Nesta sexta-feira (17), Bolsonaro teve o recurso quanto à devolução de seu passaporte negado pelo ministro Alexandre de Moraes, o que impede sua participação na posse de Trump.
Em novembro do ano passado, o atual conselheiro de Trump afirmou que o republicano "não esquecerá do Brasil". A mensagem, publicada no "X", foi acompanhada do último vídeo de campanha de Trump, que declarou que sua disputa contra Kamala Harris não era "sobre direita ou esquerda, mas sobre liberdade versus tirania".
"Para todos os meus amigos no Brasil, esta é a propaganda final de Donald Trump. A esperança que isso representa é incrível. Temos uma oportunidade de mudar tudo com Donald Trump. E nós (e certamente eu) não esqueceremos a liberdade do Brasil", afirmou Jim Pfaff na postagem.
Como a Gazeta do Povo adiantou, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro representará o ex-presidente nos eventos programados em Washington.
Além dela, 21 parlamentares foram para os Estados Unidos, mas não se sabe se todos terão acesse ao evento da posse de Trump. Confira os nomes dos integrantes da comitiva brasileira:
- Adilson Barroso (PL-SP);
- Bia Kicis (PL-DF);
- Cabo Gilberto Silva (PL-PB);
- Capitão Alden (PL-BA);
- Carla Zambelli (PL-SP);
- Coronel Chrisóstomo (PL-RO);
- Coronel Fernanda (PL-MT);
- Eduardo Bolsonaro (PL-SP);
- Giovani Cherini (PL-RS);
- Gustavo Gayer (PL-GO);
- Joaquim Passarinho (PL-PA);
- Luiz Philippe de Orleans (PL-SP);
- Marcel van Hattem (Novo-RS);
- Marcos Pollon (PL-MS);
- Mario Frias (PL-SP);
- Mauricio Marcon (Podemos-RS);
- Maurício do Vôlei (PL-MG);
- Messias Donato (Republicanos-ES);
- Sargento Gonçalves (PL-RN);
- Silvia Waiãpi (Pl-AP);
- Sóstenes Cavalcante (Pl-RJ).
Além da reunião, ainda no domingo, os parlamentares irão participar do evento "Make América Great Again", que será realizado na Capital One Arena, em Washington (DC), às 13h (horário local). Já na segunda-feira (20), a cerimônia que empossará Trump começará ao meio-dia.
Apesar de receberem o convite, ainda não há garantia que todos os 21 parlamentares brasileiros estarão dentro do Capitólio. Por outro lado, Eduardo Bolsonaro e Michelle Bolsonaro deverão estar mais próximos do republicano por terem recebido o convite diretamente da família Trump.
Às 18h, Trump oferecerá um baile para comemorar a vitória no pleito de 2024 e a posse. A comitiva brasileira também foi convidada para esse evento, mas nem todos devem comparecer.
Deputados destacam impacto da posse de Trump no Brasil e no mundo"
À Gazeta do Povo, os deputados federais Maurício Marcon (Podemos-RS) e Carla Zambelli (PL-SP) apontaram a relevância global da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e seus possíveis reflexos no cenário político brasileiro.
Para Marcon, a vitória de Trump representa uma mudança significativa no equilíbrio de poder mundial. “No século, não houve nada parecido até agora, onde a maior potência militar e econômica do mundo se posiciona à direita. Isso pode trazer sérias mudanças no ativismo judicial de esquerda no Brasil, liderado pelo ministro Alexandre de Moraes”, avaliou.
O parlamentar também criticou o ativismo judicial no Brasil, mencionando o ministro Alexandre de Moraes. “Parece que ele quer ser maior do que Donald Trump. E aí, quando a gente mede força com alguém muito mais forte que a gente, normalmente a gente perde”, opinou. Marcon apontou ainda que a postura do Brasil pode trazer consequências econômicas e que "o próprio Wall Street Journal já indicou que o país pode sofrer sanções.
Já Carla Zambelli ressaltou o aspecto histórico do evento e o impacto no Brasil. “É um período histórico único. Aqui no Brasil, o sistema está mais tomado, mas se conseguiram lá, é bem possível que a gente consiga também. Estamos torcendo para que Trump consiga promover a paz, algo que afeta o Brasil de maneira direta ou indireta”, afirmou.
A deputada também enfatizou o papel de Trump como um líder global com capacidade de promover a paz. “Estamos torcendo muito para que o Trump consiga fazer uma mudança rumo à paz, que ele já estava promovendo no primeiro mandato. Não é só em Israel, mas também na guerra da Ucrânia, na Coreia do Norte e na Coreia do Sul, onde ele já conversou com Kim Jong-un. O Trump tem um perfil de selador de paz, e isso pode nos afetar de maneira direta ou indireta. Tomara que isso seja para o nosso bem também”, destacou.