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No programa Café com a Gazeta do Povo desta quarta-feira (7), o comentarista Paulo Briguet, criticou o projeto que cria 18 novas vagas para deputados federais. Encampada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a proposta foi aprovada por 270 votos a favor e 207 contra, e ainda precisa ser analisada pelo Senado. A única abstenção registrada foi a do deputado Heitor Schuch (PSB-RS). Psol, Rede e Novo orientaram o voto contra a proposta.
Para Briguet, trata-se de uma "afronta ao povo brasileiro" já que existem assuntos mais importantes a serem discutidos como, por exemplo, a anistia. Ele destaca, também, que dentro do contexto que o país vive, com crise econômica e política assolando a nação, propor aumento de gastos é um deboche com a sociedade.
"Aumentar o número de deputados é aumentar também os gastos anuais. São quase R$ 65 milhões a mais por ano com esses parlamentares. Diante do que o Brasil está passando, nada deveria ser mais importante que a anistia aos presos do 8 de janeiro. Ao contrário disso, a Câmara se debruça em criar novos cargos e beneficiar os próprios deputados", disse.
O comentarista recorda que milhares de famílias brasileiras foram destruídas diante de uma "narrativa falsa", enquanto os deputados dão "tapas na cara" de brasileiros na calada da noite.
"É vergonhoso isso que aconteceu ontem. É uma ofensa que não pode ser aceita, ainda mais neste momento. Temos presos políticos, pessoas inocentes presas, pessoas sendo perseguidas por um tribunal de exceção, escândalo de corrupção e deputados votando isso. É o fim do mundo", acrescentou Briguet.
Mudança deverá entrar em vigor na legislatura de 2027
Segundo o texto aprovado, nenhum estado perderá vagas na Casa. A mudança deve entrar em vigor na legislatura de 2027, caso seja aprovada pelo Senado e sancionada pelo presidente da República.
Oito estados poderão ser beneficiados com mais cadeiras, pois registraram aumento em suas populações: Santa Catarina e Pará terão 4 deputados a mais cada; Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte terão 2 deputados a mais; já Ceará, Goiás, Paraná e Minas Gerais terão direito a 1 vaga extra na Câmara cada.
A Diretoria-Geral da Câmara apontou que o impacto financeiro da iniciativa será absorvido pelas previsões orçamentárias de 2027, quando começa a próxima legislatura com a redistribuição das cadeiras. Outro impacto que deverá ser alocado é o de emendas parlamentares que os novos representantes passarão a ter direito de indicar no âmbito do Orçamento da União, informou a Agência Câmara.




