A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão por envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, e pediu a prisão de um assessor e um policial militar na manhã desta quinta (9).
A denúncia contra o deputado e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) foi apresentada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e envolve, ainda, o delegado Rivaldo Barbosa, segundo apurações da CNN Brasil e do UOL. A PGR informou à Gazeta do Povo que foi apresentada uma denúncia, mas não pode se pronunciar e nem fornecer mais detalhes por conta do sigilo do caso.
Já as prisões envolvem Robson Calixto da Fonseca, conhecido como "Peixe", e Ronald Alves de Paula, conhecido como "Major Ronald", apontado como ex-chefe da milícia da Muzema, na Zona Oeste do Rio. Ronald já cumpria pena em prisão federal.
De acordo com as primeiras informações apuradas pelo G1 e pelo jornal O Globo, a PGR incluiu os dois novos nomes na denúncia que já envolvia outros suspeitos, como os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e o ex-chefe da polícia civil do Rio, Rivaldo Barbosa. Peixe foi denunciado por organização criminosa, enquanto que Ronald foi denunciado por participação no homicídio de Marielle.
Após uma investigação da Polícia Federal, que durou um mês e meio, a PGR concluiu que os irmãos Brazão e Barbosa devem ser processados e condenados pelo assassinato de Marielle e Anderson.
Segundo a denúncia da PGR, baseada na delação de Ronnie Lessa, que confessou a execução, os irmãos Brazão foram identificados como mandantes do homicídio. Lessa teria se encontrado com os irmãos, recebendo a promessa de pagamento pelo assassinato da vereadora.
A denúncia considera provas decorrentes de dados de movimentação de veículos, monitoramento de telefones e oitivas de testemunhas. A PGR afirma que toda essa análise, somada ao histórico político dos irmãos Brazão, embasa a acusação criminal contra eles e o delegado Rivaldo.
O contexto do assassinato de Marielle estaria relacionado aos interesses econômicos fundiários dos irmãos Brazão, relações com as milícias e os atritos com adversários políticos como a vereadora e o partido, o PSOL.
A reportagem foi atualizada após pronunciamento da PGR ao pedido de informações feito pela Gazeta do Povo.
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