A Procuradoria Geral da República (PGR) recomendou nesta quarta-feira (11) que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeite a ação apresentada pelo partido Novo que pede o cancelamento da decisão do ministro Alexandre de Moraes que baniu a rede social X do Brasil. A manifestação ocorre após o ministro Kássio Nunes, relator do caso, pedir um parecer do órgão.
Na ADPF 1188, o partido Novo diz que a medida imposta por Moraes contra a rede social fere princípios fundamentais como o direito à liberdade de expressão, o devido processo legal e a proporcionalidade. O Novo também questiona a imposição de multas e obrigações tecnológicas às empresas de telecomunicações e provedores de internet e a aplicação de multas multas diárias de R$ 50 mil para quem utilizar “subterfúgios tecnológicos”, como aplicativo de VPN, para acessar a rede social.
No último domingo (8), o Novo atualizou a ação pedindo a suspensão da decisão da Primeira Turma do Supremo que referendou a decisão de Moraes
Ao analisar a ação apresentada pelo Novo, o procurador-geral Paulo Gonet apontou que não é “admissível a arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) contra decisão judicial” do STF. Para ele, “as arguições em epígrafes merecem o mesmo desfecho do não conhecimento, cabendo a extinção dos feitos sem exame de mérito, com prejuízo do pedido de liminar”.
Gonet ainda ressalta que “contra decisões do Supremo cabem os recursos previstos no ordenamento processual; esgotados, a decisão se torna definitiva”.
”Meios de controle de constitucionalidade não podem ser exercidos contra ato da própria Corte incumbida de dizer o que é constitucional e de aplicar a Lei Maior”, ressaltou o procurador na manifestação.
No final de agosto, o procurador Paulo Gonet defendeu a suspensão da rede X no Brasil ao apresentar o parecer sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ele enfatizou que os requisitos para aplicação das medidas anunciadas foram preenchidos “como consequência da insubmissão às ordens” do STF. “Não há o que impeça a sua aplicação”, afirmou.
Censura ao X
O banimento da rede social aconteceu depois que a plataforma não atendeu uma determinação de Moraes que pedia a indicação de um responsável legal no Brasil.
A decisão faz parte de um inquérito que envolve o empresário Elon Musk, sócio do X.
Em abril, Alexandre de Moraes determinou que Musk fosse investigado pelos crimes de obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime.
Analistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que a decisão do ministro do STF viola leis e cria nova espécie de ato jurídico, expondo o Brasil ao “ridículo internacional” pela forma como foi feita a intimação que originou a derrubada da plataforma.
Musk tem denunciado "ordens ilegais" de Moraes para censurar perfis da rede social. Ainda, segundo Musk, com ajuda de ex-funcionários da rede social, Moraes também teria interferido nas eleições de 2022.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião