O deputado federal Altineu Côrtes, líder do PL na Câmara dos Deputados, afirmou nesta segunda (26) que a polarização do país entre direita e esquerda continuará forte e será levada às eleições municipais deste ano principalmente após o ato deste domingo (25) convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ato levou 750 mil pessoas à Avenida Paulista, em São Paulo, em defesa da democracia, da pacificação do país e mesmo do próprio ex-presidente das investigações que o envolvem em uma suposta tentativa de golpe de Estado.
No rescaldo da manifestação, Côrtes ressaltou que o país segue polarizado, mas que é preciso tratar isso com respeito por ambos os lados, que foi o que o ato deste final de semana pregou. Um ato político, feito de forma pacífica, sem agredir ninguém.
“O Brasil vive esse momento e a gente sabe que, nas próximas eleições, o eleitor vai escolher novamente o seu lado. [...] Todos têm que entender que isso não vai passar agora, e por isso que tem que haver, de ambos os lados, respeito e maturidade para que cada um possa fazer e desenvolver com tranquilidade, daqui para a frente, a política no Brasil”, disse em entrevista à GloboNews.
Ainda segundo o líder do PL na Câmara, toda a discussão de que teria se planejado um golpe de Estado no país não passa de uma “narrativa” criada pelo PT, sendo que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já teria verbalizado a necessidade de se criar “narrativas para ganhar o discurso do conservadorismo da direita”.
Altineu Côrtes, por outro lado, diz que o momento não é de se criar “narrativas”, e sim de “pacificar” o país, e que Bolsonaro vai responder às acusações contra ele ao longo do processo, e que “não houve tentativa de golpe”.
“Não existe golpe sem arma, sem tanque, sem bomba, com um presidente que já estava fora do país. Se alguém quer que essa narrativa prevaleça, será a primeira vez na história que um golpe ou tentativa aconteceria dessa forma”, pontuou.
Segundo o deputado, o que se viu neste domingo (25) foram “palavras do coração” para se rebater as “narrativas” de Lula. “Em absoluto eu concordo com essa narrativa de golpe”, completou.
Durante o ato, Bolsonaro afirmou que passou “quatro anos sendo perseguido” e que essa perseguição aumentou desde que deixou a presidência. Ele mencionou a suposta minuta de um decreto para instituir o estado de sítio, mas ressaltou que para isso seria necessário convocar o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, algo que não fez.
Além disso, Bolsonaro expressou o desejo de “passar borracha no passado” e mencionou os recentes acontecimentos envolvendo investigações da Polícia Federal. Ele declarou que “golpe é tanque na rua” e pediu ao Congresso que aprove um projeto de anistia para perdoar os condenados pelos atentados à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
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