Ao longo da manhã e da tarde deste sábado (3), atos contra o presidente Jair Bolsonaro foram registrados em todas as regiões do Brasil. Ao menos 25 estados contaram com manifestações em oposição ao presidente da República; também foram registradas mobilizações em municípios do interior do país e no exterior, em países como Áustria, Inglaterra, Alemanha e Portugal.
Os atos foram convocados por centrais sindicais, como CUT e Força Sindical, partidos de esquerda que fazem oposição ao governo Bolsonaro, como PT, PSOL e PCdoB, além de entidades como União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Os manifestantes pediram o impeachment do presidente e questionaram atos do governo federal em relação ao combate à pandemia de coronavírus. Houve demandas por aumento na oferta de vacinas, retomada do auxílio emergencial e citações às recentes denúncias de corrupção que envolvem a compra de imunizantes, que têm marcado os trabalhos da CPI da Covid do Senado.
Temas não ligados à pandemia também estiveram entre as pautas dos atos, como o Projeto de Lei (PL) 490, que altera as regras para a demarcação de terras indígenas, a reforma administrativa (PEC 32/2020), além de pautas pró-LGBT e pró-desarmamento.
A realização dos atos estava prevista inicialmente para 24 de julho, porém os organizadores decidiram antecipá-las a fim de aproveitar as suspeitas levantadas contra o governo na CPI da COvid para desgastar a imagem de Bolsonaro. Apesar de alguns dos organizadores terem pedido aos manifestantes que mantivessem o distanciamento social, foram registradas aglomerações em várias cidades.
Presenças
Políticos pertencentes a esses grupos participaram dos atos. O senador Humberto Costa (PT-PE) esteve na manifestação do Recife, a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, esteve na mobilização em São Paulo, e a de Belém contou com a presença do prefeito local Edmilson Rodrigues e da deputada federal Vivi Reis, ambos filiados ao PSOL. O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) compareceu ao ato no Rio de Janeiro.
As manifestações não tiveram a presença expressiva de grupos de direita e centro que são contrários ao governo Bolsonaro, apesar de membros do movimento liberal Livres e do PSDB terem aderido aos atos em algumas cidades.
A participação de representantes desses segmentos foi cogitada após a apresentação do chamado "superpedido de impeachment", protocolado na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (30). O texto teve o apoio de ex-apoiadores do presidente Bolsonaro, como os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP).
O PSDB chamou os filiados para o ato em São Paulo, que tem início previsto para 15 horas. Líder do Movimento Brasil Livre (MBL), Kataguiri disse que o grupo não participará dos atos em razão da pandemia de coronavírus, que demanda o isolamento social.
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