Após ser demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do comando da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano afirmou nesta quinta-feira (26) que espera “deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia”. Ao se manifestar pela primeira vez sobre a saída do cargo, ela ressaltou que “ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador”.
A possível mudança na presidência do banco já era ventilada desde julho e contava com a pressão do Centrão para ocorrer. Rita Serrano foi a terceira mulher do primeiro escalão do governo federal a ser demitida por Lula. O mandatário irá nomear o economista Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
“Ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador. Não foi fácil ver meu nome exposto durante meses à fio na imprensa. Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados, de que é possível ter um banco público eficiente e íntegro, de que é necessário e urgente pensar em outra forma de fazer política e ter relações humanizadas no trabalho”, disse Serrano nas redes sociais.
Ela citou os feitos de sua gestão à frente da Caixa durante os últimos dez meses. “Demos um salto de qualidade na discussão da diversidade, tornando-nos uma das poucas grandes empresas do Brasil e do mundo a ter maioria de mulheres na alta administração. Retomamos relações com entidades sindicais, respeitando o processo de livre negociação e democracia”, disse.
“Todo esse resultado é fruto de um esforço de trabalho coletivo. São 87 mil empregados diretos e outros milhares indiretos atuando todos os dias para garantir um atendimento digno aos clientes e à população brasileira. Empregados que voltaram a ter orgulho de trabalhar na Caixa”, acrescentou.
Serrano agradeceu sua “equipe, dirigentes, assessores, colegas de trabalho de todo o país, minha família, entidades e, em especial, ao presidente Lula, pela confiança depositada”. Se dirigindo diretamente a Lula, ela afirmou: “Presidente, para mim, foi uma honra ter participado do seu governo”. “Nos próximos dias, faremos a transição com o futuro presidente do banco, ao qual desde já registro meus desejos de boa sorte. Quanto a mim, volto a ser bancária, com muito orgulho”, concluiu.
Em julho, Lula exonerou Daniela Carneiro do comando do Ministério do Turismo e a substituiu pelo deputado Celso Sabino (União-PA). Dois meses depois, a ministra dos Esportes, Ana Moser, foi demitida para que outro representante do Centrão fosse alocado no governo e o deputado federal André Fufuca (PP-MA) assumiu a pasta.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião