Um levantamento do site Poder360 publicado neste domingo concluiu que o salário dos ministros do STF é o segundo mais desigual da América do Sul, em termos de comparação com a renda média da população. Com salário bruto de R$ 44 mil (que subirá no ano que vem para R$ 46,3 mil), um ministro do Supremo recebe 23,8 vezes mais que o brasileiro médio, cuja renda mensal é de R$ 1.848. Neste quesito, dentro do continente sul-americano os ministros brasileiros perdem apenas para os membros da Suprema Corte peruana, que ganham 28,9 vezes mais que a média da população. O salário mensal dos ministros brasileiros ainda os coloca bem acima da média do 1% mais rico da população, cuja renda mensal é de R$ 17.447, segundo o Poder360.
Na outra ponta do levantamento do Poder360, o salário menos desigual é o dos magistrados da Corte Suprema de Justiça da Colômbia, 7,3 vezes maior que a renda média da população; e da Suprema Corte do Chile, 10,95 vezes superior ao rendimento médio dos chilenos. O cálculo não considera o 13.º salário no caso dos ministros brasileiros, e também não incluiu dados da Venezuela, por ausência de informações oficiais, e do Equador, que não foram encontrados pela equipe do site brasileiro.
O Poder360 lembrou ainda que o Judiciário brasileiro é um dos mais caros do mundo em termos de custos como proporção do PIB. Um estudo do Tesouro Nacional publicado no começo deste ano informou que o gasto total dos tribunais brasileiros, incluindo todo o seu pessoal, corresponde a 1,61% do PIB, a maior porcentagem entre os 53 países analisados, dos quais apenas outros dois (Costa Rica e El Salvador) gastavam mais de 1% do PIB com seu Judiciário. A média dos países desenvolvidos é de 0,3%, e a média dos emergentes, de 0,5%.
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