O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer recriar o programa Mais Médicos. O secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Nésio Fernandes, disse que a prioridade será dada aos profissionais de saúde brasileiros com registro nos conselhos regionais, e depois aos que se formaram no exterior e aos médicos estrangeiros.
Mas, no retorno do programa, não deve se repetir o "acordo" com Cuba como havia anteriormente, no qual havia a participação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), segundo informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo.
Editorial publicado pela Gazeta do Povo mostrou que quatro médicos cubanos que fugiram para os Estados Unidos relataram que o Brasil pagava os salários deles a Opas, que só então repassava parte do dinheiro - 10%, segundo uma das denunciantes, mas outros dados falavam em 30% - aos médicos; a organização ficava com uma pequena parte para cobrir custos administrativos; e enviava o restante para Cuba. Lá, uma outra parte ínfima era paga à família do profissional, e o restante era destinado à ditadura cubana, de acordo com os denunciantes. O Mais Médicos funcionou nesse modelo durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Mais Médicos foi substituído pelo programa Médicos pelo Brasil. Reformulado e sem os cubanos, a gestão anterior tinha o objetivo de ampliar o número de vagas, elevar os salários dos profissionais e ampliar o atendimento na atenção primária em municípios desassistidos na área da saúde.
O secretário da nova gestão petista, porém, afirmou à Folha que atualmente existem 300 municípios brasileiros que estão sem médicos há mais de um ano. Além disso, segundo Fernandes, outras 800 cidades não conseguem que os profissionais de saúde prestem seus serviços por mais de uma semana.
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