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Eduardo Paes
Prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, recebeu apoio do presidente Lula| Foto: Ricardo Stuckert/PR

Aliado do presidente Lula (PT), o prefeito reeleito do Rio de Janeiro (RJ), Eduardo Paes (PSD), defendeu a reaproximação do petista com lideranças do segmento evangélico para formar uma aliança até 2026. De acordo com Paes, Lula “não é sujeito de pautas anticristãs”.

"Ele sempre defendeu o Bolsa Família, transporte para as pessoas mais pobres, o Minha Casa, Minha Vida, em que a maioria das pessoas são evangélicas. [...] O valor cristão ensina que você tem que cuidar dos mais pobres, ser mais solidário, mais humano. Então se for para seguir Jesus, é melhor estar com o Lula", disse Paes em entrevista concedida à Folha de São Paulo, nesta terça-feira (8).

Na declaração, Paes evitou citar críticas de Lula às pautas pró-vida, de costumes e família defendidas por conservadores. O prefeito do Rio também ignorou discursos em que Lula defendeu expressamente o comunismo.

Apesar das posições históricas de Lula e do PT sobre esses temas, Paes disse que o presidente “é defensor da liberdade religiosa” e “nunca oprimiu nenhum evangélico". 

Eleito com o apoio de lideranças evangélicas, mesmo concorrendo contra Alexandre Ramagem (PL), candidato de Bolsonaro, Paes vislumbra uma aliança nacional entre evangélicos e Lula para 2026.

“A igreja não é de um homem, é de Deus. Então, não é o bem contra o mal, nessa visão maniqueísta do mundo, ‘eu sou Deus, você é o diabo’. Acho que tem um meio-termo”, afirmou Paes.

Avanço da pauta abortista

Como noticiado pela Gazeta do Povo, em fevereiro deste ano, o governo Lula aprovou, por meio de uma orientação do Ministério da Saúde, o aborto em caso de estupro até 9 meses de gestação.

A limitação para o procedimento, que antes era de 21 semanas e 6 dias, passou a não ter mais esse limite temporal, possibilitando a realização do aborto, nos casos em que não é punido no Brasil, até as 40 semanas de gestação.

Após a repercussão negativa da medida, o Ministério da Saúde suspendeu a nota técnica que autorizava o aborto em caso de estupro em qualquer etapa da gestação. A pasta alegou que a ministra Nísia Trindade não sabia da publicação.

Em junho deste ano, Lula disse ser contra o aborto, mas chamou de “insanidade” a proposta do Projeto de Lei (PL) 1904, chamado de "PL antiaborto". O projeto equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao homicídio.

Em abril de 2022, Lula disse que o aborto seria "uma questão de saúde pública" a que "todo mundo teria direito". Na época, o petista tentava reconquistar o voto evangélico a tempo das eleições presidenciais.

Lula criticou “discurso da direita” de costume, família e patriotismo

Em junho de 2023, ao discursar no Foro de São Paulo (FSP), Lula disse que os movimentos de esquerda “enfrentam” o discurso da direita de costume, família, religião e patriotismo. O petista também afirmou que tem orgulho de “ser chamado de comunista”.

Em dezembro do ano passado, ao comemorar a aprovação de Flávio Dino, então ministro da Justiça, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Lula disse que pela “primeira vez na história”, o governo conseguiu colocar um “ministro comunista” na Suprema Corte.

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