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Senadores Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros foram alguns dos alvos da espionagem da Abin, no ano de 2022.
Senadores Randolfe Rodrigues, Omar Aziz e Renan Calheiros foram alguns dos alvos da espionagem da Abin, no ano de 2022.| Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

Os senadores Alessandro Vieira (MDB-RS), Randolfe Rodrigues (S/Partido-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) se posicionaram nesta quinta-feira (11) sobre a espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os três senadores constam entre as pessoas que foram monitoradas pela Abin. Os nomes foram divulgados, no relatório da Polícia Federal (PF), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar a quebra de sigilo do inquérito.

A investigação apura, desde outubro do ano passado, um suposto esquema de espionagem ilegal de pessoas públicas que eram consideradas opositoras a Bolsonaro, no período em que a agência era dirigida por Alexandre Ramagem (PL-RJ), então diretor-geral e agora deputado federal pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.

Para Randolfe, as informações divulgadas pela PF indicam que a gestão anterior montou “um aparato repressivo com a intenção de romper o Estado democrático de direito”.

“O fato de dirigentes da CPI da Covid terem sido monitorados traz à cena um caráter trágico. Enquanto brasileiros morriam, o governo anterior, ao invés de se preocupar em comprar vacina, se preocupava em perseguir e monitorar os adversários políticos”, disse.

Ainda de acordo com Randolfe, o uso da Abin apontado pela PF se assemelha ao de regimes fascistas. Ele defendeu a continuidade das investigações e afirmou que todos têm o direito ao contraditório e à ampla defesa, mas disse esperar que os casos comprovados sejam punidos com rigor.

Já Renan Calheiros repudiou a perseguição com uma “Abin paralela” de opositores do governo anterior. “Como democrata, lamento e repudio que estruturas do Estado tenham sido criminosamente capturadas para atuar como polícias políticas, com métodos da Gestapo, um pantâno repugnante e sem fim. Sigo confiante nas instituições, na apuração, denúncia e julgamento dos culpados”, escreveu o parlamentar pela rede X.

O senador Alessandro Vieira também classificou a espionagem como típica de governos ditatoriais. “A operação de hoje da PF mostra que fui vítima de espionagem criminosa e ataques on-line praticados por bandidos alojados no poder no governo passado. Isso é típico de governos ditatoriais. O Brasil segue cheio de problemas, mas ao menos do risco de volta da ditadura nos livramos”, afirmou pela rede X.

Pacheco condenou a espionagem

Ao se posicionar sobre a espionagem da Abin, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) condenou o uso da agência para perseguir parlamentares. Em nota, ele criticou a ação político-partidária na instituição.

“Contaminar a Agência Brasileira de Inteligência com ações político-partidárias e se utilizar do aparato estatal para espionar e perseguir parlamentares legitimamente eleitos é ato criminoso, que fragiliza não somente a instituição, mas a democracia e a soberania do país", diz a nota de Pacheco.

Omar Aziz (PSD-AM) também aparece entre os políticos monitorados pela Abin. Porém, até o momento, ele não se posicionou sobre o assunto.

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