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Wilmar Lacerda durante participação na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no Senado
Wilmar Lacerda durante participação na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no Senado| Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) no Distrito Federal (DF), Wilmar Lacerda, foi preso em um desdobramento da Operação Predador, nesta quinta-feira (24). A operação apura um esquema de aliciamento e abuso de adolescentes na capital do país.

As investigações são conduzidas pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Lacerda é acusado de violência sexual contra duas menores, uma de 13 anos e outra de 17.

Procurada pela Gazeta do Povo, nesta sexta-feira (25), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) disse que “devido à natureza dos crimes apurados, não serão divulgados detalhes da ação, a fim de preservar o andamento das diligências e garantir o sigilo necessário para não prejudicar as investigações”.

A Gazeta do Povo não conseguiu localizar a defesa do petista. O jornal permanece aberto para quaisquer manifestações da defesa de Lacerda sobre o caso.

Afastamento do partido

Em nota, o diretório do PT no Distrito Federal informou que “Lacerda está afastado cautelarmente do partido, até que se esclareçam os graves fatos noticiados pela imprensa na noite de 24/10, garantindo a ele o exercício do direito de defesa nas instâncias competentes”.

Também em nota, o líder da bancada do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Chico Vigilante, defendeu o afastamento imediato de Lacerda e a expulsão do colega, caso ele não prove a inocência no caso. 

A Juventude do PT no Distrito Federal (JPT-DF) disse que os atos imputados a Lacerda “não condizem com as bandeiras históricas do partido”.

“Não é possível a compatibilidade de militantes que cometam atos que afrontem tais princípios tão caros ao Partido, mas em especial, a agenda de luta protagonizada pela juventude”, disse a JPT-DF em nota.

Além de vice-presidente do PT-DF, Lacerda foi suplente do senador Cristovam Buarque e chefe de gabinete da liderança do PT no Senado.

Operação Predador

Em junho deste ano, a Operação Predador prendeu um empresário de 61 anos suspeito de promover há anos um esquema de exploração sexual infantil no Distrito Federal. Segundo jornais, o empresário seria amigo de Lacerda.

O empresário teria praticado estupro de vulnerável contra dezenas de meninas, a maioria delas com idades entre 12 e 13 anos. O acusado já havia sido preso antes, em 2013, mas acabou sendo inocentado das acusações.

“Ele já foi investigado por crimes semelhantes em 2013, e acabou sendo absolvido e solto. Mas continuou com a prática, razão pela qual um novo inquérito foi aberto agora. Já o indiciamos por dois estupros de vulnerável e exploração sexual infantil”, disse o delegado Maurício Iacozzilli, da DPCA, em junho, durante a prisão do empresário.

Lacerda já foi acusado de favorecer prostituição de menores

Em 2017, quando Lacerda se preparava para assumir a cadeira de senador no lugar de Cristovam Buarque, a 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina) indiciou o petista por favorecimento da prostituição de criança ou adolescente. 

Na época, Lacerda foi acusado de ter mantido relação sexual com uma jovem de 17 anos em troca de lanches.

A repercussão do caso fez com que o senador Cristovam Buarque desistisse de pedir licença do cargo.

O caso de Lacerda ficou sob análise do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

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