Eu tinha visto na timeline de Guga Chacra a notícia ontem, mas deixei passar. Guga é um sujeito gente boa, mas tem escorregado cada vez mais quando fala de política americana. É, afinal, um “especialista” na BoboNews, e ninguém consegue ficar imune a tanto esquerdismo. É preciso se adaptar.
Hoje, quando vi a mesma notícia na coluna do comunista Ancelmo Gois, foi a gota d’água. Preciso comentar. É muita distorção, muito preconceito, muita desinformação. Vejam:
A Era Trump
A coleguinha Sandra Coutinho, da GloboNews, contou ontem, no Facebook, que seu filho Gabriel foi agredido na 8ª Avenida, em Nova York, por ser… estrangeiro.
Ele ouvia “música brasileira bem alta no fone de ouvido” quando um homem se aproximou, arrancou-lhe o fone e o empurrou. Em seguida, o sujeito ainda gritou:
— Volta pro seu país!
Vejamos: em primeiro lugar, será que um caso isolado seria suficiente para generalizar tanto e chamar isso de “era Trump”? Reparem que não vi Ancelmo Gois nem Guga Chacra revoltados com os negros que torturaram um deficiente, mandando ele atacar Trump e os brancos em vídeo. Seria isso um ícone da “era Obama” então?
Mas reparem: o fato ocorreu em Nova York, reduto… democrata! Hillary Clinton foi a grande vencedora por lá, onde só dá “liberal” (no sentido americano, por favor), gente como o próprio Guga que se informa pela CNN e NYT, convive numa bolha em que todos rezam a mesma cartilha “politicamente correta”, e não cruzam com um só eleitor de Trump (confissão do próprio Guga).
E tem mais: pelo relato da própria mãe, o garoto não foi agredido por ser brasileiro, e sim por estar com uma música muito alta, que saía até pelos fones de ouvido! Parêntese: usar o termo “agredido” aqui já parece forçar um tanto a barra, e esse tipo de coisa que a esquerda faz banaliza os conceitos de forma terrível. Fecho o parêntese.
O garoto estava, portanto, sendo mal educado, agindo de forma egoísta sem se importar com os outros, com a externalidade de seu ato. Colocou a música nas alturas e alguém reclamou, mandando ele voltar para seu país, ou seja, não venha ser desrespeitoso aqui, onde a cultura costuma levar em conta o próximo. Isso foi transformado em ato de xenofobia da “era Trump”. Não é demais da conta?
Se amanhã uma turma de brazucas quiser fazer um pagodão no meio da rua no lançamento de uma nova farmácia da Walgreens ou CVS, como fizeram em Copa esses dias, e alguém reclamar, mandando os bagunceiros voltarem para seu país de origem, isso será um ato de xenofobia, segundo nossos “jornalistas”. Os americanos precisam aceitar o estilo de vida desrespeitoso e avacalhado dos “malandros” brasileiros e ponto final!
Por fim, o ocorrido se deu ainda durante o mandato de Obama. Ou seja, Trump nem é o presidente ainda, mas nossa esquerda já o culpa por tudo, até mesmo por atos isolados em Nova York, terra da esquerda caviar democrata. A partir de agora, qualquer coisa ruim que acontecer no planeta será responsabilidade direta de Trump, podem apostar. É mole?
Vivo na Flórida há quase dois anos. Jamais, nunca passei por um só momento de constrangimento. Talvez isso tenha alguma ligação com o fato de eu me comportar de forma civilizada, respeitando não só as tradições do país que escolhi morar, como a lei de ouro de não fazer com o próximo o que não gostaria que fizessem comigo.
Será que o Guga Chacra tem sido alvo de ataques xenófobos? Talvez essa turma devesse refletir mais antes de transformar em ideologia e propaganda política o que não tem ligação alguma com isso. Repito: Guga é um cara gente fina. Mas tem escorregado demais, sempre para a esquerda…
PS: Aguardemos o que Guga Chacra e o ex-KGB Ancelmo Gois dirão sobre a medida de Obama, no apagar das luzes, contra o povo cubano que deseja viver nos Estados Unidos. Gois, aliás, vive atacando tudo que é “gringo” em sua coluna de fofocas, repudiando o simples uso de expressões em inglês. Nossa esquerda antiamericana adora o slogan “ianques go home”. O que seria de nossa esquerda sem o duplo padrão?
PS2: Pergunto, claro: onde está a Fox News do Brasil?
Rodrigo Constantino
