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Rodrigo Constantino

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Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

COP 30

Não atirem no mensageiro!

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O chanceler alemão, Friedrich Merz, discursa no encontro de líderes da COP 30, em Belém. (Foto: André Coelho/EFE)

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A fala do chanceler alemão Friedrich Merz causou uma celeuma no Brasil. Ele perguntou a jornalistas quem gostaria de ficar mais em Belém do Pará, e ninguém levantou a mão. Todos ficaram felizes de ter voltado para a Alemanha, "principalmente por termos saído daquele lugar onde estávamos".

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Para a oposição, a fala demonstra uma vez mais o fiasco do evento da COP 30. Lula gastou quase um bilhão e até a ONU reclamou a organização e da infraestrutura. A fala do chanceler alemão resume o desconforto dos gringos com o lugar escolhido pelo governo para receber o evento.

Já no lado petista, a fala gerou revolta. A esquerda ufanista enxergou "preconceito" na postura do chanceler alemão, e tentou dar lição de moral. Como ousa falar mal do Pará? Quem você pensa que é? O problema dos ufanistas é fechar os olhos para a realidade.

O alemão não ficou impressionado com a vila Potemkin criada por Lula. Ele viu além da fachada, e não gostou do que viu. Muita miséria, sujeira, num dos estados mais carentes do Brasil. Ficar aliviado de estar de volta à civilização não é preconceito, mas uma reação normal

Como disse a economista Renata Barreto, não adianta matar o mensageiro: "Infelizmente, Belém tem 57% da população vivendo em favelas e menos de 20% tem acesso à tratamento de esgoto. A capital do Pará está entre as piores capitais do Brasil em termos de infraestrutura urbana. O primeiro passo em direção à resolução de um problema é assumir que ele existe. Não adianta varrer pra debaixo do tapete e ter aquela atitude bem brasileira de fingir que não tem nada acontecendo".

É como o turista que vai ao Rio visitar nossos cartões postais. O Rio é lindo! Mas se o gringo entrar em favelas, experimentar um pouco da realidade do cotidiano do carioca, ele terá outra experiência, mais realista. E se ele ficar assustado e criticar, isso é apenas natural: o Rio é assustador mesmo!

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Uma aldeia Potemkin é qualquer construção, literal ou figurativa, cujo único objetivo é proporcionar uma fachada externa a um país para ocultar a realidade, fazendo as pessoas acreditarem que o país está melhor do que de fato está, embora as estatísticas e os gráficos afirmassem o contrário.

O termo tem origem em relatos de uma falsa aldeia portátil construída exclusivamente para impressionar a Imperatriz Catarina, a Grande, pelo seu antigo amante Gregório Alexandrovich Potemkin, durante a sua viagem à Crimeia em 1787. É como as cidades cinematográficas de Hollywood ou da Globo: tudo de fachada!

O chanceler alemão não ficou impressionado com a vila Potemkin criada por Lula. Ele viu além da fachada, e não gostou do que viu. Muita miséria, sujeira, num dos estados mais carentes do Brasil. Ficar aliviado de estar de volta à civilização não é preconceito, mas uma reação normal de quem prefere a ordem ao caos. Atirar no mensageiro não vai resolver um único problema de Belém.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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