Nasci em 4 de julho. Para ser mais preciso, nasci em 4 de julho de 1976, no bicentenário da Independência Americana. Era uma questão de destino me tornar um ferrenho defensor da liberdade e do legado americano. Há anos, divulgo o mesmo texto no dia do meu aniversário, uma ode ao que representa a América, o farol na colina, o experimento das ideias da liberdade que conquistaram seus “pais fundadores” e ajudaram a criar a nação mais próspera do mundo.
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Ali, na Declaração da Independência, estaria selada, em poucas palavras, a função básica do governo, afirmando categoricamente a soberania do povo sobre o Estado. “Nós o povo”, começa o texto. Cada indivíduo seria livre na busca pela sua própria felicidade. As regras seriam iguais, não os resultados. Não se trata de perfeição, pois esta é impossível para qualquer modelo humano. Tampouco foi um experimento livre de erros ou derramamento de sangue. Foi uma conquista aos trancos e barrancos, mas com um norte como guia: as ideias da liberdade.
Tornei-me apenas Rodrigo Constantino Santos. Um cidadão americano protegido pelo império das leis. Eu me livrei do Alexandre. Para sempre!
O governo não está acima do povo, mas sim depende de seu consentimento para ser validado. E isso não quer dizer, de forma alguma, que uma maioria está livre para fazer o que bem entender. A democracia não deve levar a uma simples ditadura da maioria. Os direitos individuais deverão ser sempre respeitados, e era esse o foco da Declaração que fundou a República americana.
Cada indivíduo deve ser livre para perseguir sua felicidade, sem invadir a liberdade do outro. Reparem que não há como um governo garantir a felicidade, mas apenas o direito de cada um buscar a sua, livre da coerção alheia. E notem também que, neste percurso, o direito de um não pode destruir o direito do outro. Essa valiosa lição é hoje amplamente ignorada, com governos prometendo cada vez mais, sem se importar que para dar algo a alguém, precisa antes tirar de outro. Infelizmente, até o governo americano embarcou nesta perigosa trajetória.
Na sabedoria de homens como Benjamin Franklin, John Adams e Thomas Jefferson, construíram-se os pilares que criariam a nação mais próspera do mundo. Não há superioridade racial, não há fatores genéticos, não foram os recursos naturais, não é a sorte. Foram os princípios adotados por estes homens que possibilitaram um meio amigável ao progresso humano. Foi a liberdade individual que estimulou o empreendedorismo e a inovação. Foi o conceito de troca voluntária sob a propriedade privada, básico do capitalismo, que permitiu tamanho avanço.
Os Estados Unidos são o que são hoje por mérito de um modelo mais eficiente, justo e adequado à natureza humana. Infelizmente, até os americanos vêm se afastando do conceito original que tanto os distanciaram do resto do mundo. O Leviatã estatal tem crescido, alimentando-se das liberdades individuais tão valiosas. A instrumentalização do Estado para perseguição política tem marcado uma fase sem precedentes de riscos, podendo transformar os Estados Unidos numa republiqueta típica da América Latina com o tempo.
O pequeno texto da Declaração de Independência deveria ser relido com maior frequência, pois seus ensinamentos são constantemente esquecidos num mundo onde ideias coletivistas entram cada vez mais em moda. Trocam o objetivo conceito de justiça pelo abstrato termo “justiça social”, como se coubessem aos burocratas do governo decidir como configurar a sociedade, escravizando seu povo para isso. Ofuscam a liberdade individual em nome da visão coletivista, como se existisse um “interesse nacional” que justificasse o sacrifício dos indivíduos por planejadores arrogantes. É preciso resgatar os valores que fundaram a América.
Tenho sido um defensor dessas ideias desde sempre. Há, em meus vários livros, um fio condutor, um denominador comum, que é justamente a defesa do que a América simboliza, ainda que com suas imperfeições. Muitos socialistas gostam de demonizar os Estados Unidos e enaltecer experimentos coletivistas fracassados. De longe, claro, pois mesmo esses esquerdistas escolhem sempre a América como destino, nunca Cuba ou Venezuela.
Em minha coerência, seguindo a máxima americana “put your money where your mouth is”, decidi morar nos Estados Unidos após a reeleição de Dilma. Lá se vai quase uma década! No meio do caminho, conquistei meu Greencard por “habilidades extraordinárias” (EB1). E, após cinco anos como residente permanente, tive o direito de finalmente me tornar um cidadão americano. É com muita alegria que compartilho isso com meus leitores. Minha luta por um Brasil mais livre continua, sempre. Sei que há muita gente boa em meu país de origem, e luto por sua liberdade, em que pese o Estado brasileiro só ter me tratado mal – não só com seus pesados impostos para financiar roubalheira petista, o que recai sobre a maioria, mas com congelamento das minhas contas bancárias, censura das minhas redes sociais e até cancelamento do meu passaporte.
Agora tenho um passaporte americano. E, como tive a opção de mudar meu nome, resolvi retirar o Alexandre da minha avó paterna, que meus pais acrescentaram ao meu sobrenome para evitar risco de homônimos. Tornei-me apenas Rodrigo Constantino Santos. Um cidadão americano protegido pelo império das leis. Eu me livrei do Alexandre. Para sempre!
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