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O que temos em curso no Brasil hoje é uma aliança instável entre tucanos e petistas, para que o "sistema" pudesse resgatar seu poder de antes e afastar a ameaça de um governo honesto de direita. Para tanto, tiveram que soltar Lula, torná-lo elegível e recolocá-lo na cena do crime, como diria Alckmin.
Muita gente poderosa faz parte desse "consórcio", que envolve a velha imprensa e muitos empresários. Alexandre de Moraes certamente não age sozinho, e em vários momentos importantes teve apoio do plenário do STF para seus atos. São muitos cúmplices no verdadeiro golpe que nossa democracia sofreu.
O maçarico do mundo todo, aceso por Musk, está esquentando o cangote dos verdadeiros golpistas, que só defendem uma "democracia" sem a participação da direita.
Mas não resta dúvidas de que Alexandre de Moraes é o maior ícone desse regime de exceção implantado no Brasil. Por isso acredito que, em algum momento, o próprio "sistema" vai oferecer sua cabeça para sair ileso e impune do que fez até aqui.
Moraes seria uma espécie de pitbull da turma, e por isso mesmo pode assumir o papel de "bode expiatório", levar a culpa pelo que o restante consentiu ou permitiu, ainda que por omissão. Ao se tornar o foco das pesadas críticas e denúncias do dono do X e um dos homens mais ricos do mundo, Moraes reagiu com o fígado, dobrando a aposta, o que torna o custo de mantê-lo cada vez maior para o "sistema".
Em seu editorial de hoje, até a Folha de SP busca certo afastamento, aceitando a premissa falsa de que "salvar a democracia" era uma meta nobre, mas que os meios começam a parecer excessivos. Diz o jornal de esquerda:
Decerto o sentido da crítica a Moraes não soa descabido. O ministro já estendeu bem além do razoável uma frente de investigação nada transparente, ademais questionável desde a origem. Ao atacar um problema real, o das ameaças à democracia, Moraes adentrou um terreno pantanoso, o de definir o que é verdade e o que não é, atoleiro do qual parece não conseguir sair.
No Roda Viva desta segunda, sob o comando da militante Vera Magalhães, o senador Flávio Bolsonaro respondeu que não acredita no impeachment de Alexandre como solução para nossos problemas. Essa chamada incomodou muito bolsonarista, mas recomendo a entrevista na íntegra. Flávio não deixou de responsabilizar Alexandre por seus atos ilegais. Ele apenas ofereceu uma saída "honrosa" ao sistema.
É seu papel de "good cop" dentro da família. Não resta dúvida de que Flávio é o mais diplomático deles, defensor do diálogo com o inimigo. Ele disse que esperava do próprio STF uma autocorreção de rumo, para que resgatasse a credibilidade perdida perante o povo. E foi direto: "É preciso encerrar todos esses inquéritos ilegais".
Para quem não acha que haverá uma revolução salvadora no país, alguma ponte com o "sistema" precisa ser construída. Não é uma estratégia absurda. O maçarico do mundo todo, aceso por Musk, está esquentando o cangote dos verdadeiros golpistas, que só defendem uma "democracia" sem a participação da direita. A solução mais imediata para se preservar as galinhas dos ovos de ouro é se livrar do enorme bode na sala.
É pouco afastar Alexandre para quem vem sendo alvo de tantas injustiças. Mas é um começo. É uma retomada gradual da normalidade institucional. Ou o "sistema" entende a necessidade deste passo, ou vai declarar guerra ao mundo todo, não só ao dono do X. E o custo disso para o Brasil será insuportável. O "sistema" terá de transformar mesmo o Brasil numa Venezuela, o que será terrível para muitos ali.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos