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Eleitores votam em Fairfax, no estado americano da Virgínia.
Eleitores votam em Fairfax, no estado americano da Virgínia.| Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW

Fui votar nesta quinta-feira pela primeira vez como cidadão americano. Eu e minha noiva pegamos nossos bonés do Trump – Keep America Great – e a camisa "Let's go Brandon" (no caso dela), e fomos para a livraria pública local, onde está acontecendo o voto antecipado.

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A Flórida é um estado mais republicano hoje, mas Broward, nosso condado, é mais democrata. Atraímos olhares de desaprovação, portanto, de uma turma mais "progressista". Não obstante, umas cinco pessoas pararam para falar com a gente ou gritar "É isso aí", "Go Trump".

Cumpri meu papel de cidadão, votei pelo resgate de uma América livre, e fui para casa com o senso de dever cumprido e uma grande esperança: que os Estados Unidos não se tornem uma espécie de Brasil

O fenômeno é importante, pois desde 2016 sabemos do efeito do "voto envergonhado". Como a grande imprensa, com ajuda dos professores e celebridades de Hollywood, pinta Donald Trump como uma espécie de Hitler reencarnado, é como se você estivesse na fila nu ou com o cabelo roxo. Na verdade, este estaria em casa, como o típico eleitor de Kamala Harris.

Isso mostra como houve uma propaganda bem feita por parte do establishment. Os mais alienados, que não acompanham política de perto e não conhecem o Daily Wire ou similares, acabam com "nojinho" de Trump sem saber explicar ao certo o motivo. É a visão estética de mundo.

Um vídeo que viralizou esses dias mostra bem isso. Uma senhora resolveu bater na porta da vizinha e perguntar se ela votaria mesmo em Trump, após ver placas no jardim. Com calma, a dona da casa disse que sim, e questionada sobre a razão, argumentou que Trump era sua decisão moral. Nesse momento, a idosa surta, passa a xingar a proprietária, diz que Trump é o "demônio" e sai esbaforida. Sua "tolerância" ia até a página dois. Ela deve ter lido sobre o combate ao "ódio" no livro do imitador de focas...

Os Estados Unidos estão bem divididos. Obama reclamou disso outro dia, no comício da Kamala Harris, como se não tivesse qualquer responsabilidade. Mas tem! Foi o presidente que mais fomentou a divisão, marxista que é, em vez de cumprir a promessa de uma gestão pós-racial. O voto em Trump é a reação de um povo cansado do radicalismo democrata, das mentiras da imprensa, das fronteiras escancaradas, da economia capenga e da confusão geopolítica.

Ainda assim, a coalizão democrata investe na divisão identitária. Quase 80% dos negros votam em Kamala! É menos do que no passado, quando chegava a 90% ou mais, só que ainda assusta: como podem esses eleitores não terem se dado conta ainda da exploração abjeta que os democratas fazem das minorias, com suas narrativas falsas? Os democratas levam também os votos da jovem elite universitária, alvo de doutrinação ideológica, e dos hedonistas que só pensam em liberar drogas e aborto.

Mas cada vez mais gente abandona a canoa furada. RFK Jr, um Kennedy, declarou apoio e voto a Trump, assim como Tulsi Gabbard, democrata que disputou as primárias. Já no sentido contrário houve debandada de republicanos ligados à maquina de guerra, como Dick Cheney, que era tratado pelos democratas como o capeta em pessoa e hoje é recebido com afagos.

O Partido Democrata virou o partido das Big Pharma e Big Corporations, o partido dos bilionários que falam em "justiça social", do aborto e das drogas, dos imigrantes ilegais e dos marginais. Radicalizou-se muito, tornando-se uma espécie de PT misturado com PSOL. "Não deixe os Estados Unidos se tornarem um Brasil", pediu a brasileira Nayara ao ser atendida por Trump no McDonald's. Ela falou por praticamente todos nós.

Quem fugiu da América Latina para a América o fez por buscar justamente um país mais livre, com propriedade privada protegida, com império das leis, economia de mercado, meritocracia. O objetivo dos democratas é destruir isso tudo e transformar esta grande nação em algo mais parecido com uma republiqueta das bananas, com arbítrio no lugar das leis, com "justiça social" mascarando a hipertrofia estatal alimentada pela inveja.

A América não é perfeita, claro, e o avanço da esquerda já causou muitos estragos por aqui. Nos estados mais democratas a criminalidade aumenta, a dívida pública é astronômica (e isso é culpa dos dois partidos), o esgarçamento do tecido social é preocupante. Mas ainda há liberdades básicas garantidas pela Primeira e Segunda emendas, que os democratas querem relativizar. É preciso impedir essa tragédia.

Foi com esse espírito que fui votar pela primeira vez. Não sou ingênuo, li Bryan Caplan e sei que um voto não faz muita diferença no todo, além de não ignorar o mito do eleitor racional. Eu mesmo recebi "cola" ao chegar no local da votação, pois há perguntas sobre outros temas que não me aprofundei.

No local, os "mesários" aplaudiam toda vez que alguém votava pela primeira vez – fomentando o espírito cívico. Pularam minha vez, admito, talvez pelo boné do Trump. Não importa. Cumpri meu papel de cidadão, votei em Trump pelo resgate de uma América livre, e fui para casa com o senso de dever cumprido e uma grande esperança: que os Estados Unidos não se tornem uma espécie de Brasil, de onde escolhi fugir ao constatar o estrago causado por um sistema podre e carcomido e uma elite excessivamente "malandra". Quero um governo de leis, não de homens arrogantes e "iluminados"!

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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