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Em condições normais de temperatura e pressão, Tarcísio de Freitas daria um bom presidente. É um gestor eficiente, parece ter compromisso com a coisa pública, entrega resultados. Um CEO no setor público, digamos. Há espaço para esse tipo de liderança de centro, um tecnocrata voltado para o pragmatismo. Ocorre que não estamos em condições normais.
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Segundo a coluna de Bela Megale no Globo, Tarcísio pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes: "Os movimentos de reaproximação feitos por Tarcísio de Freitas junto a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) incluíram um pedido de desculpas dirigido diretamente ao ministro Alexandre de Moraes".
Ainda segundo Megale: "O governador relatou a aliados que, embora não tenha tornado público, fez ao magistrado um pedido de desculpas por ter afirmado que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Alexandre de Moraes”. A declaração foi feita na Avenida Paulista, durante o ato de 7 de setembro deste ano em apoio a Jair Bolsonaro".
Não há "pragmatismo" que justifique tanta humilhação
Se isso aconteceu desta forma mesmo, então é uma bola fora de Tarcísio. Não há "pragmatismo" que justifique tanta humilhação. Afinal, o Brasil não aguenta mais mesmo a tirania de Moraes, e isso precisa ser dito, ainda mais pelo governador do estado mais importante da federação. A fala de Tarcísio tem peso. Mas ele prefere ficar bem com os ministros do Supremo.
Isso é uma ducha de água fria no povo, especialmente nas vítimas de Moraes. Não por acaso cada vez mais gente à direita diz que Tarcísio é o candidato do sistema. Não sei se ele vai sair candidato para presidente, talvez sendo mais provável disputar uma reeleição quase garantida para o governo de SP. Só sei que precisamos de lideranças com a coragem de apontar os abusos supremos em público.
Moraes é um sancionado pela maior democracia do planeta, alvo da Lei Magnitsky por abusos aos direitos humanos. Qualquer um que tenta ficar bem com ele vira as costas para o povo brasileiro. Não dá para agradar a Deus e ao Diabo ao mesmo tempo. A capitulação de Tarcísio, se aconteceu nos termos descritos pela colunista, é um lembrete de que a direita carece de lideranças mais corajosas neste momento tão delicado de nossa nação.
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