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Santa Catarina recebeu esta semana R$ 3,3 bilhões em financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Serão R$ 401 milhões destinados a investimentos do estado em melhoria de estradas de rodagem; R$ 2,5 bilhões para a Starnav Serviços Marítimos adquirir embarcações a serem construídas no estaleiro Detroit Brasil, de Itajaí; e R$ 356 milhões para expansão da Cooperativa Agroindustrial Alfa, que passará a produzir biodiesel em Chapecó, no oeste catarinense, e vai ampliar sua planta esmagadora de soja.
O anúncio foi feito durante a assinatura do contrato entre o BNDES e a Starnav Serviços Marítimos para a construção das embarcações, em cerimônia realizada na superintendência do porto de Itajaí, na segunda-feira (22). O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou na ocasião que os projetos refletem um modelo de desenvolvimento que une competitividade, responsabilidade ambiental e geração de empregos.
“Santa Catarina é um exemplo de como é possível crescer com sustentabilidade e inclusão produtiva. Nosso papel é garantir que os investimentos cheguem com eficiência e impacto”, afirmou.
O secretário de Estado de Portos e Aeroportos, Beto Martins, ressaltou o momento positivo da economia catarinense e o papel dos investimentos para alavancar ainda mais o setor logístico. “De cada cinco contêineres que passam pela costa brasileira, um circula por aqui. Isso mostra a relevância do estado e a importância de ampliar a infraestrutura”, destacou.
Embarcações construídas no estaleiro Detroit Brasil serão fretadas pela Petrobras
O maior volume de recursos, R$ 2,5 bilhões, será destinado à Starnav para a construção de oito embarcações multipropósito no estaleiro Detroit Brasil, em Itajaí. Serão quatro plataformas do tipo PSV (plataform supply vessel), usados para transportar suprimentos entre plataformas em alto mar e as bases em terra, e outras quatro da classe oil spill recovery vessel (OSRV), que são similares às PSVs, mas também podem ser usadas na contingência ao derramamento de óleo.
As embarcações são híbridas (diesel-elétrica) e têm capacidade de 5.500 TPB (tonelagem de porte bruto), maior que a da frota atual (4.500 TPB). Além de mais eficientes, as novas embarcações vão emitir cerca de 18% menos gases de efeito estufa em comparação com a frota atual. Depois de prontas, as PSVs e OSVs serão fretadas pela Petrobras, em contratos de 12 anos de duração, devendo ser empregadas no apoio à produção de petróleo e gás offshore.
“Estamos falando de uma frota voltada para o futuro, com melhor desempenho energético, menor emissão de gases de efeito estufa e um desenho voltado à eficiência operacional. Esse projeto representa uma demonstração de confiança do governo federal, especialmente do BNDES, na capacidade do setor privado de liderar uma retomada sustentável da indústria naval”, declarou o diretor-executivo da Detroit Brasil, Juliano Zimmermann Freitas.
A expectativa é que sejam gerados 1,4 mil empregos diretos e 6,3 mil indiretos durante as obras. O financiamento será viabilizado com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), principal instrumento de fomento à indústria naval do país.
Rodovias e biodiesel são beneficiados
A segunda frente de investimentos contempla R$ 401 milhões para obras em rodovias estaduais, por meio do programa BNDES Invest Impacto. O pacote inclui a pavimentação de 9 quilômetros da SC-492 e a recuperação estrutural de outros 108 quilômetros nas SC-283, SC-120 e SC-305, abrangendo três macrorregiões do estado: oeste, meio-oeste e serra.
As melhorias devem beneficiar diretamente cerca de 114 mil pessoas, além de contribuir para o escoamento da produção agroindustrial, com destaque para a cadeia de carnes. Já o terceiro eixo dos financiamentos anunciados é voltado à transição energética no campo, beneficiando a Cooperativa Agroindustrial Alfa, com sede em Chapecó, com R$ 336 milhões.

O valor será investido para ampliação da planta esmagadora de soja e a construção da primeira unidade de produção de biodiesel do grupo. A capacidade de esmagamento subirá de 2 mil para 3 mil toneladas por dia, com todo o volume adicional destinado à produção de biocombustíveis e seus subprodutos.
A nova usina poderá produzir até 1.150 metros cúbicos de biodiesel por dia e deverá evitar a emissão de aproximadamente 803 mil toneladas de CO₂-equivalente. Parte dos recursos virá do Fundo Clima, reforçando o alinhamento com as metas de descarbonização previstas na política Nova Indústria Brasil.
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