O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) começará a sua pré-campanha para a prefeitura de São Paulo em 2024 nesta sexta-feira (1). Trata-se de caravanas com alguns “companheiros” do partido dele e, também, do Partido dos Trabalhadores (PT), que ainda vai escolher um nome para ser vice na chapa de Boulos.
O objetivo das caravanas de Boulos é percorrer as 32 subprefeituras de São Paulo. A primeira rota escolhida pelo pré-candidato do PSOL será no bairro de São Mateus, extremo da Zona Leste e reduto político do deputado. A segunda será em Perus, no extremo da Zona Norte. Depois, seguirá para Jabaquara, Butantã, Capela do Socorro, Guaianazes, Vila Maria, Aricanduva, Itaim Paulista e Campo Limpo, todos bairros periféricos. Ainda não há definição sobre se a região central entrará nas caravanas de Boulos.
Os eventos vão acontecer de sexta a domingo, já que nos outros dias Boulos estará na capital federal. Embora oficialmente o motivo da caravana seja “fortalecer laços e ouvir demandas das regiões”, o principal objetivo do PSOL é, aos poucos, tentar tirar a imagem do candidato de invasor de terra e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST).
De acordo com apuração de bastidor da Gazeta do Povo, Boulos perdeu a eleição na capital em 2020 porque não conseguiu dissociar a sua imagem do MTST, que segundo as lideranças partidárias ainda carrega muito preconceito entre os eleitores. Além disso, o desafio das caravanas é tentar convencer o público mais conservador de que Boulos não é uma ameaça. No segundo turno da eleição de 2020, o candidato conseguiu mais de dois milhões de votos, um recorde para o PSOL na capital paulista. Mesmo assim, ficou um milhão de votos atrás do vencedor, Bruno Covas.
Boulos lidera as pesquisas eleitorais em São Paulo com grande vantagem
De acordo com a última pesquisa divulgada pelo Instituto Gerp, no dia 18 de julho, o deputado federal Guilherme Boulos aparece liderando todos os cenários da corrida eleitoral para a prefeitura de São Paulo, seja contra Ricardo Nunes (MDB) ou Eduardo Bolsonaro (PL). A pesquisa entrevistou 800 eleitores de todas as regiões da cidade, entre os dias 10 e 17 de julho.
A eleição para a prefeitura de São Paulo no ano que vem pode bater um recorde de alianças partidárias entre os dois principais candidatos.
O atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, já soma nove partidos para a sua coligação: MDB, PL, PP, Republicanos, PSD, PSDB, Podemos, Cidadania e Solidariedade. As siglas são base do prefeito na Câmara de Vereadores.
O candidato Guilherme Boulos também começou a articulação para fortalecer a sua candidatura. Além de ter a estrutura do PSOL e do PT à disposição, o parlamentar negocia fazer um grande bloco da esquerda com PV, PCdoB e Rede. O PSB também está na negociação, mas ainda não se decidiu.
Vereador entra na justiça contra o deputado por campanha antecipada
Guilherme Boulos ainda nem começou com as suas caravanas, mas já está sendo acusado de campanha antecipada. O vereador da capital paulista Rubinho Nunes (União Brasil) protocolou, no último dia 23, uma ação no Ministério Público de São Paulo alegando campanha fora do prazo por parte do parlamentar.
O processo diz respeito a um evento em que Boulos participou em uma escola municipal na Zona Norte no dia 19 de agosto. Na ação, o vereador afirma que “o psolista se beneficiou de um espaço público para realizar uma campanha em data inapropriada de acordo com as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”. Nunes pede que a Justiça Eleitoral proíba eventos de campanha de Boulos em espaços públicos e multe o deputado pelo evento realizado na escola.
João Paulo Rillo, presidente estadual do PSOL, defendeu as caravanas de Boulos. “O ideal para a democracia é que todos os deputados federais fizessem o que o Guilherme vai fazer agora, que é uma grande caravana diálogo com o povo, de conversa e, óbvio, de construção também de propostas concretas. Isso não é campanha antecipada, isso é uma movimentação legítima porque ele é deputado federal, está no exercício do mandato”, disse Rillo.
“É óbvio que a turma do Ricardo Nunes vai ficar tentando encontrar pelo em ovo, porque quem deve é ele, na verdade. Quem faz uma administração desastrosa, cheia de coisas estranhas, é o Nunes. Campanha antecipada é o uso da máquina como o prefeito está fazendo. Todo o esquema dele de publicidade, utilizando dinheiro público para construir uma imagem de um gestor que ele não é”, completou o presidente do PSOL no estado de SP.
A reportagem da Gazeta do Povo também entrou em contato com o gabinete do deputado Guilherme Boulos para falar sobre as caravanas, mas até a publicação desta reportagem não se manifestou.
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