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Ministério dos Portos e Aeroportos
Após audiências públicas, edital de concessão deve ser lançado para licitação até o final de 2024| Foto: Vosmar Rosa/MPor

O Ministério de Portos e Aeroportos abriu a consulta pública sobre o túnel imerso Santos-Guarujá, na última quarta-feira (13), para contribuições e sugestões ao projeto até o dia 3 de maio, a última etapa antes da publicação do edital e, na sequência, o leilão da parceria público-privada (PPP) entre governo de São Paulo, União e a futura concessionária. A expectativa é que o certame seja realizado até o final deste ano.

As audiências públicas para discussão do projeto serão realizadas no mês de abril, no dia 17 em Santos, no dia 18, no Guarujá e no dia 19 na Autoridade Portuária de Santos (APS).

O projeto do governo de São Paulo para a construção da ligação seca Santos-Guarujá prevê um túnel de 870 metros de extensão instalado embaixo do mar. Com profundidade de 21 metros, este será o primeiro túnel da América Latina feito neste modelo. Atualmente, a travessia é feita por balsa ou por cerca de 40 km de rodovia.

O projeto do túnel Santos-Guarujá faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e prevê investimento total de R$ 5,96 bilhões. Deste total, 86% deverão vir de aporte público dividido igualmente entre o governo federal e o estado de São Paulo, além de participação da iniciativa privada. O anúncio da obra em fevereiro foi feito pelo presidente Lula (PT) e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante evento no Porto de Santos, que ficou marcado pela aproximação dos adversários políticos após impasses sobre o projeto do túnel, aguardado há 100 anos pelas cidades na Baixada Santista.

A participação na consulta pública deve ser feita por meio do formulário disponível no site do Ministério de Portos e Aeroportos. A futura parceira privada será responsável pela construção, operação e manutenção do túnel que vai solucionar um dos maiores gargalos logísticos do país. A ligação Santos-Guarujá, entre as duas principais cidades da Baixada Santista, vai permitir o tráfego de veículos de passeio, caminhões e transporte público, além de bicicletas e pedestres em vias segregadas.

A construção é considerada uma demanda centenária da população da Baixada Santista e vai reduzir o tempo de deslocamento entre os dois municípios. Atualmente, mais de 21 mil veículos cruzam diariamente as duas margens utilizando barcos de pequeno porte (catraias) e as balsas, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres. As etapas da construção também foram divulgadas:

  • 1. Preparação do solo

A primeira etapa é a preparação do fundo do canal onde o túnel será instalado. Uma trincheira é cavada no local para abrigar os módulos que formarão a estrutura. Também serão instaladas placas de concreto na vala para suportar os elementos de túnel.

  • 2. Construção

Os elementos de túnel são peças de concreto construídas em uma doca seca, de preferência próxima ao local onde ficará o túnel. Os elementos contam com piscinas provisórias no seu interior. Os reservatórios fazem com que a estrutura não afunde na água em um primeiro momento.

  • 3. Transporte

Quando as peças ficam prontas, elas passam por testes de vedação e impermeabilidade. Na sequência, a doca seca é inundada. Por conta das piscinas provisórias, os elementos flutuam para, desta forma, serem transportados por rebocadores para o local onde o túnel vai ficar.

  • 4. Posicionamento

Os elementos são fixados em pontes flutuantes e posicionados por sistemas eletrônicos no ponto exato onde devem ser imersos.

  • 5. Submersão

A água presente nas piscinas provisórias do interior dos módulos é bombeada, fazendo submergir lentamente os elementos do túnel. Esse processo é monitorado por sensores.

  • 6. Ligação dos elementos

Por meio de guinchos hidráulicos, os elementos são aproximados, até o contato entre eles.

  • 7. Acoplagem

A união final dos módulos de túnel contíguos é feita pela diferença de pressão atmosférica no interior do elemento já posicionado e a pressão que a água exerce no novo elemento.

  • 8. Nivelamento

Em uma das extremidades do elemento, são ancorados macacos hidráulicos, que movimentam pinos de aço para nivelar o módulo. Os pinos são soldados e os macacos hidráulicos, retirados. Em seguida, é injetada areia na base, formando uma “cama” para assentar o elemento de túnel.

  • 9. Proteção

Por fim, uma camada de pedras é utilizada para recobrir e proteger o túnel contra impactos de embarcações e o enganchamento de âncoras soltas.

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