
Enquanto a direita caminha para um consenso com a candidatura à reeleição do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) - caso ele não seja candidato a presidente da República em 2026 - a esquerda ainda se mobiliza para lançar um nome que possa fazer oposição ao projeto do atual governo de São Paulo. O movimento tem como pano de fundo a última eleição municipal na capital paulista em que o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) ficou em segundo lugar, em uma das eleições mais disputadas na maior cidade da América Latina.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será peça-chave na definição da chapa para o governo de São Paulo nas eleições de 2026, mantendo o protagonismo que teve no pleito municipal de 2024, quando articulou a candidatura de Boulos na chapa com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) como vice.
Na lista de nomes em uma eventual coligação de partidos de esquerda despontam os ex-governadores Geraldo Alckmin (PSB) e Marcio França (PSB), que formaram uma chapa vitoriosa nas eleições de 2014. No entanto, o Partido dos Trabalhadores não abre mão de ter um representante na composição que disputará o governo de São Paulo em 2026.
PT, Psol e PSB disputam espaço na chapa para 2026
Com apenas duas vagas na chapa majoritária, um dos três partidos – PT, PSOL ou PSB – ficará de fora e terá que se contentar com o apoio à coligação. Segundo apuração da Gazeta do Povo, o Psol tem menos chances de garantir um lugar na chapa.
Principal nome da legenda, Boulos enfrenta resistência entre os aliados de Lula. Além disso, o desempenho dele nas urnas atingiu um teto de 40% nas duas últimas eleições paulistanas, e o apoio ao parlamentar no interior do estado, historicamente mais conservador, é limitado.
A dificuldade de penetração no interior, responsável por dois terços dos votos no estado, pode levar Boulos a mais um revés em eleições majoritárias e por isso o nome do psolista não aparece sequer nas discussões internas do PT para compor a chapa ao governo de São Paulo.
Marcio França desponta como favorito da centro-esquerda
O nome mais cotado para liderar a chapa é o do ministro do Empreendedorismo do governo Lula, Marcio França (PSB), responsável por atrair Alckmin, um dos fundadores do PSDB, para o partido de centro-esquerda. França já foi governador em São Paulo, logo após Alckmin deixar o cargo para tentar a presidência da República em 2018. O ex-governador também foi secretário de estado, prefeito de São Vicente, na Baixada Santista, e ministro em três pastas do governo federal.
Segundo apuração da Gazeta do Povo, França é visto por parlamentares da esquerda como a melhor opção para o papel de opositor à reeleição do governador Tarcísio. A estratégia também estaria alinhada aos planos de Lula em manter Fernando Haddad no comando do Ministério da Economia, caso o petista seja reeleito nas eleições presidenciais. Para a alta cúpula do PT, Boulos e a deputada federal Tabata Amaral (PSB) são considerados inexperientes para cargos executivos de maior peso.
Alckmin, recordista de mandatos como governador de São Paulo, é considerado por Lula como peça fundamental na disputa pela reeleição em 2026, o que deixaria o ex-tucano de fora da corrida pelo quinto mandato no Palácio dos Bandeirantes. Com isso, o caminho fica aberto para França, que tem forte base eleitoral no litoral paulista onde já foi prefeito por duas vezes e deve atrair votos de eleitores do centro, segmento que também será disputado por Tarcísio.
Cientista política avalia cenário eleitoral da esquerda para o governo de São Paulo
Para a cientista política e professora da professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Denilde Holzhacker, o ministro Haddad só será candidato se a economia estiver em boa situação no Brasil. “Ele é o nome mais conhecido da esquerda, mas tudo dependerá do desempenho econômico do país”, avalia.
A especialista vê dificuldades para que Boulos volte a receber o apoio dos partidos de esquerda na composição de uma frente única após o resultado da eleição municipal. “A definição da chapa ainda será negociada entre os presidentes dos partidos, mas o Boulos tem o caminho mais complicado para o governo de São Paulo”, ressalta.
A docente também destaca a tendência da esquerda buscar partidos de centro na articulação de alianças para 2026 após o avanço da direita nas eleições municipais. “As alianças serão fundamentais para a competitividade nos estados. O cenário conservador da última eleição municipal dificulta uma candidatura mais à esquerda, tornando nomes moderados mais viáveis para enfrentar a direita”.
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