Após seis dias de apagão em São Paulo, a concesssionária Enel - responsável pela distribuição de energia na capital paulista - anunciou nesta quinta-feira (17) que “a situação está perto da normalidade", apesar de cerca de 40 mil residências ou comércios ainda estarem sem energia.
O presidente da Enel Distribuição SP, Guilherme Lencastre, afirmou que, embora milhares ainda estejam sem energia, isso reflete a “operação normal da companhia”, mesmo em dias sem eventos climáticos. “Estamos com 36 mil clientes sem energia, o que significa uma operação muito próxima da normalidade. Temos 8,2 milhões de clientes e, numa operação regular, esse número oscila em torno de 36 mil. Continuamos com nossa força-tarefa mobilizada no campo, priorizando os casos mais antigos”, declarou Lencastre.
O representante da empresa corrigiu o número de pessoas afetadas no fim de semana. Inicialmente, a própria Enel havia informado o total de 2,1 milhões de afetados, mas Lencastre atualizou o número para 3,1 milhões após o temporal da última sexta-feira (11). A direção da Enel destacou que foi "o maior temporal da história de São Paulo" e celebrou a rápida resposta da empresa.
“Este foi o maior evento registrado, com ventos fortes na Região Metropolitana de SP. O número real de clientes afetados foi 3,1 milhões entre 19h e 23h59 do dia 11. A recuperação foi mais rápida que no ano passado, com 79% restaurados nas primeiras 24h, contra 58% em 2023.”
Números do apagão que iniciou na última sexta-feira (11), fornecidos pela Enel:
- Pessoas afetadas: 3,1 milhões
- Linhas de alta tensão afetadas: 17
- Subestações afetadas: 11
- Postes danificados: 251
- Árvores caídas: 1.492
- Transformadores danificados: 105
- Circuitos de média tensão afetados: 221
O posicionamento público da Enel, nesta quinta-feira, ocorreu horas antes do fim do prazo dado pelo Ministério de Minas e Energia e pela Justiça para que a empresa restabeleça o serviço de energia elétrica em todas as cidades da Grande São Paulo. A decisão do juiz Fabio de Souza Pimenta, da 32ª Vara Cível, prevê multa de R$ 100 mil por hora, em caso de descumprimento. A Enel pode recorrer da decisão.
Lencastre também destacou que, desde que a Enel assumiu a operação em São Paulo, em 2018, os investimentos aumentaram. “Antes, o investimento era de R$ 800 milhões por ano, agora é de R$ 1,4 bilhão. Também aumentamos as podas de árvores, ultrapassando 450 mil em 2024.”
Nunes cancela participação em debate após Tarcísio convocar reunião sobre a Enel
O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), cancelou participação no debate eleitoral previsto para esta manhã, promovido por RedeTV!, Folha de S.Paulo e UOL, alegando necessidade de comparecer a uma reunião de crise no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, convocada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A campanha de Nunes justificou a ausência em nota à imprensa: “Devido à reunião extraordinária convocada pelo governador Tarcísio de Freitas, o prefeito Ricardo Nunes não poderá comparecer ao debate. Desde a tempestade de sexta-feira, diversos compromissos de campanha foram cancelados, com prioridade para as urgências da Prefeitura. Outros eventos eleitorais podem ser cancelados devido às previsões de novas chuvas na sexta-feira.”
Nas redes sociais, o candidato do Psol à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, criticou o prefeito. “Nunes não tem coragem de debater sua responsabilidade pelos problemas de São Paulo”, afirmou pelo Instagram.
Tarcísio montou um comitê de crise, liderado pela Defesa Civil do estado, com a participação de mais de 10 prefeitos da Grande São Paulo, incluindo Ricardo Nunes. A Defesa Civil alertou sobre um novo temporal previsto para sexta (18) e sábado (19).
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