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A Bancada Feminista do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) protocolou no Ministério Público do Estado de São Paulo e no Ministério Público Federal uma representação contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O grupo formado por cinco “codeputadas” em “mandato coletivo”, sendo Paula Nunes dos Santos a deputada eleita, pede a abertura de inquérito civil para investigar doações recebidas por Tarcísio durante a campanha eleitoral de 2022.
De acordo com a representação à qual a Gazeta do Povo teve acesso, o PSOL alega que uma das principais doadoras de Tarcísio, a pecuarista Maribel Schmittz Golin, é alvo de investigações da Polícia Federal (PF) por suposta ligação com o crime organizado, incluindo o PCC e a máfia italiana ’Ndrangheta, no âmbito da operação Mafiusi.
Citando reportagens sobre o tema, o documento alega que Maribel teria destinado R$ 500 mil à campanha de Tarcísio, divididos em duas parcelas — uma de R$ 100 mil em agosto e outra de R$ 400 mil em outubro de 2022. Também afirma que empresas ligadas à doadora obtiveram aumento repentino de capital social, como um crescimento de R$ 72 mil para R$ 27 milhões.
A Bancada Feminista questiona se o governador tinha conhecimento da suposta origem ilícita dos recursos e pede apuração sobre eventual prática de crimes como lavagem de dinheiro e receptação.
“Apesar das declarações à imprensa de não conhecimento da referida doadora, levantamentos indicam o contrário, revelando proximidade política e financeira entre Tarcísio e Maribel Schmittz Golin”, acusa a representação.
Essa proximidade é questionada pelo documento com base em uma visita realizada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Tarcísio à fábrica Stall Energy, da qual Maribel se tornou sócia, sendo que na ocasião o secretário foi recebido pelo marido de Maribel.
A Gazeta do Povo tentou contato com o governador Tarcísio e com a empresária Maribel Golin, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
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