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Vitória da Ferrari deve atrair público para as etapas do FIA WEC em São Paulo
Após quase 60 anos, a Ferrari venceu em 2023 as 24 Horas de Le Mans.| Foto: EFE/YOAN VALAT

Após quase 10 anos de hiato, a prefeitura de São Paulo assinou contrato com a Le Mans Endurance Management (LMEM) para voltar a sediar no autódromo de Interlagos, por pelo menos cinco edições, etapas do Campeonato Mundial de Endurance da Federação Internacional de Automobilismo (FIA WEC, na sigla em inglês), competição que abriga a mundialmente famosa etapa das 24 Horas de Le Mans, em um impacto econômico para o município estimado em R$ 200 milhões.

Dessa maneira, a cidade passa a ser a única do mundo a sediar os três mais importantes campeonatos mundiais do automobilismo, organizados pela FIA: a Fórmula 1, a Fórmula E e a WEC. Gustavo Pires, presidente da SPTuris, agência de promoção do turismo ligada à prefeitura, conta que foi procurado pelos organizadores do evento para trazê-lo à cidade.

"Eles identificaram que era importante ter uma sede do evento na América Latina e a primeira opção acaba sendo São Paulo", diz ele, que afirma que o grande número de pessoas que vivem no entorno da cidade torna-a atrativa, sendo 12,5 milhões na metrópole, 23 milhões na região metropolitana e 46 milhões no estado de São Paulo.

"A cidade por si só já tem um grande público consumista que vai gastar e tende a dar retorno para o evento", diz ele. "Além disso, São Paulo tem uma rede hoteleira e gastronômica capaz de receber turistas de todo o mundo e o autódromo de Interlagos tem a preferência de muitos pilotos, inclusive o Lewis Hamilton, por ser histórico e permitir muitas ultrapassagens", complementa.

Impacto econômico da FIA WEC

Para chegar aos R$ 200 milhões de estimativa de impacto econômico, a agência SPTuris considerou a última edição da etapa da FIA WEC realizada em São Paulo, de 2014. Na ocasião, 55 mil pessoas foram ao autódromo de Interlagos. A expectativa é que no ano que vem este número aumente e chegue a 60 mil.

"Algumas das principais montadoras que não estavam presentes em 2014 e que naturalmente levam mais público, como a Ferrari, estão de volta para a categoria da Le Mans", diz Pires.

As projeções também foram feitas com base em uma comparação com o impacto da Fórmula E, que em apenas um dia gerou de R$ 70 milhões a R$ 80 milhões para a cidade. Como a FIA WEC em São Paulo durará três dias, este valor foi triplicado na projeção.

Investimentos da prefeitura de SP

A corrida 6 Horas de São Paulo, a quinta etapa do WEC, deve ocorrer no dia 14 de julho de 2024 e pelo menos dez fabricantes da categoria Hypercar devem participar. De acordo com Pires, a prefeitura investirá, por meio da SPTuris, R$ 20 milhões em estrutura, que engloba adequações na pista, sala de camarote, sala de imprensa e arquibancadas.

"É um contrato similar ao que houve na Fórmula E, no qual não houve dinheiro novo, que é mais difícil para a municipalidade fazer. Colocamos como estrutura, é algo que fica menos desgastante para a máquina, mais fácil de realizar e mais em conta para a prefeitura, porque é uma estrutura que já temos. São adequações no nosso autódromo que são boas para todos os eventos que vierem", diz ele.

Pilotos brasileiros nas corridas

Para Pires, o fato de o Brasil ter campeões mundiais também faz o esporte ser atrativo no país. "Temos o Senna, o Piquet e o Fittipaldi. E também o Rubinho e o Massa que foram vice-campeões mundiais na Fórmula 1."

Já a tradicional corrida 24 Horas de Le Mans, principal prova do Campeonato Mundial de Endurance da FIA, completou 100 anos no último neste mês de junho e teve a presença de cinco pilotos brasileiros, o que deve atrair o público para a etapa do campeonato em São Paulo no ano que vem. Além disso, a presença da equipe da Ferrari, que tem torcida no Brasil, e que foi campeã da categoria após quase 60 anos, também deve contribuir para atrair o público à corrida.

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