A Polícia Civil identificou e vai indiciar todos os envolvidos no ato de vandalismo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) contra a sede estadual do Partido Liberal (PL) em São Paulo, ocorrido no dia 5 de junho. Os participantes responderão por crime de dano ao patrimônio público e pichação.
Parte dos envolvidos reside em uma cidade próxima à capital paulista, motivo pelo qual foi enviada uma carta precatória para a coleta dos depoimentos locais. Após o retorno desse documento, os indiciamentos serão formalizados e o inquérito encaminhado ao Ministério Público.
Por envolver crimes de menor potencial ofensivo, o caso deve resultar em sanções leves para os investigados, como transação penal ou um acordo de não persecução penal. Embora o MST tenha divulgado o ato nas redes sociais da organização, os participantes alegaram, em depoimento, que as ações foram realizadas como forma de protesto e negaram ligação formal com qualquer movimento social ou partido político.
Câmeras e registros de veículos levaram à identificação dos autores
A identificação dos envolvidos ocorreu após análise de câmeras de segurança instaladas no local e do registro dos veículos usados na ação. O grupo chegou ao prédio do PL, localizado na avenida República do Líbano, em duas vans alugadas, que foram estacionadas em uma rua próxima.
Disfarçados com máscaras, bonés e bandeiras, alguns com o símbolo do MST, os manifestantes lançaram ovos, tinta vermelha e lama no local, danificando o totem com a inscrição “Partido Liberal – O povo brasileiro fez do PL o maior partido do Brasil”. Além disso, deixaram uma faixa com a mensagem: “o PL é inimigo da natureza”.
As imagens das câmeras de segurança possibilitaram a identificação das vans, levando a polícia à empresa de aluguel responsável pelos veículos. A empresa forneceu uma lista dos passageiros às autoridades, facilitando a identificação dos suspeitos.
Vandalismo à sede do PL em São Paulo ocorreu durante manifestação do MST no Dia Mundial do Meio Ambiente
O episódio aconteceu durante uma mobilização da Juventude Sem Terra, organizada pelo MST, no Dia Mundial do Meio Ambiente, data reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). O ato fazia parte da Jornada Nacional em Defesa da Natureza e seus Povos, organizada pelo movimento.
Na ocasião, viaturas e motos da Polícia Militar (PM) e da Divisão de Investigações sobre Infrações de Maus Tratos a Animais e demais Infrações contra o Meio Ambiente (DPPC) da Polícia Civil foram ao local para apurar o caso. Boletins de ocorrência foram registrados tanto pela PM quanto pela Polícia Civil.
O MST fez publicações no site e na rede social X assumindo o ato e justificou a ação como uma denúncia contra o PL e outros partidos de direita, acusando-os de apoiar o que chamaram de “pacote da destruição” – uma série de propostas legislativas que, segundo o MST, visavam a flexibilização de leis ambientais no país.
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