Tarcísio ganha influência em Brasília com Hugo Motta na presidência da Câmara

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Se no exterior o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), busca ampliar a gama de interessados em investimentos no estado - com direito a prêmio nos EUA pela privatização da Sabesp - no âmbito interno ele trabalha nos bastidores para ampliar a influência em assuntos que considera estratégicos. A possível eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara dos Deputados fortalece Tarcísio e impulsiona pautas importantes para o estado.

A proximidade entre os dois, aliados no partido, deve ampliar o acesso e o trânsito governador paulista em Brasília. Para essa articulação, Tarcísio conta com o apoio do presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira, que atuará como interlocutor entre ele e Motta em assuntos estratégicos ligados a São Paulo.

Entre as prioridades de Tarcísio relacionadas às pautas que movimentam Brasília estão a renegociação das dívidas estaduais, emendas parlamentares para deputados paulistas e a Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública que será enviada para a Casa.

Encontro em São Paulo consolida aliança entre Tarcísio e Motta

Na última segunda-feira (27), Tarcísio e Hugo Motta se reuniram em uma pizzaria no centro de São Paulo para discutir o apoio do governador à candidatura na Câmara. O encontro contou com a presença do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), do prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB) e de lideranças partidárias, como Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

Representantes de diferentes espectros políticos participaram, incluindo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cinco deputados petistas de São Paulo e os ministros Márcio França (PSB), de Empreendedorismo, e Silvio Costa Filho (Republicanos), de Portos e Aeroportos. Durante o evento, Motta afirmou que o centro político deve ser visto como um espaço de abertura a boas ideias, independentemente de suas origens.

"O centro político do país é muitas vezes criticado, porque transparece que o centro é uma ausência de posição. Não, o centro é uma ausência de preconceitos. Nós não temos preconceito de onde a ideia vem. Se a ideia é boa para o país, nós temos a capacidade de buscar implementar em favor da nossa nação, de quem mais precisa", afirmou Motta.

Segundo apuração da Gazeta do Povo, o encontro foi organizado por Marcos Pereira, que busca fortalecer a articulação entre Tarcísio e Motta para viabilizar pautas de relevância ao governo paulista.

Tarcísio reforça demandas estaduais com Hugo Motta

No encontro, Tarcísio destacou a criação de um fundo de investimentos para os estados do Sul e Sudeste, como vem sendo discutido pelos governadores do Consórcio de Integração do Sul e Sudeste (Cosud). O fundo será inspirado em modelos existentes para as regiões Norte e Nordeste brasileiras. Além disso, o governador de São Paulo manifestou preocupação com os vetos presidenciais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que impactam diretamente no orçamento estadual.

Outro ponto de atenção do governador paulista envolve a segurança pública. Entre as pautas de maior interesse estão a PEC 45/2023, que criminaliza porte e posse de qualquer droga, e a PEC da Segurança Pública, articulada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

A primeira visa fortalecer o combate ao crime organizado, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), pauta que se entrar em votação deve contar com a presença do secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, que reassumirá seu mandato como deputado para votar a proposta, como já fez em outras votações, além de ter retornado ao Legislativo para a relatoria do projeto que previa acabar com a "saidinha" temporária de presos.

Já a PEC da Segurança Pública, de autoria do governo federal, preocupa Tarcísio pelas possíveis alterações nos padrões e metodologias das polícias Militar e Civil de São Paulo. O governador defende a convocação do Cosud para discutir os impactos da medida e a construção de uma resposta conjunta que preserve os interesses dos estados envolvidos.