O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a elogiar a reforma tributária na semana passada, durante a entrega de casas no interior do estado, ao lado do autor PEC 45/2019, o deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, que integra a base aliada de Lula (PT) na Câmara dos Deputados. A reforma tributária foi promulgada com a presença do presidente, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) e do ministro do Supremo Luís Roberto Barroso, na última quarta-feira (20) no Congresso Nacional.
“Há 40 anos, o Brasil esperava uma reforma tributária e ela saiu agora. Com a reforma vai acabar a guerra fiscal. O estado de São Paulo é o maior prejudicado, temos perdido indústrias para Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Paraná e Minas Gerais. E nós temos aqui a melhor estrutura, temos mão de obra, temos água em abundância, energia, temos tudo para manter os negócios para manter as empresas aqui no nosso estado. A gente perde todos os anos em crédito em torno de R$ 20 bilhões, receita que vai ficar no Tesouro Estadual, que será usado em educação, saúde e mobilidade urbana. Isso é uma linha de metrô por ano que a gente perde”, afirmou o governador paulista em vídeo postado nas redes sociais.
O deputado federal agradeceu o apoio de Tarcísio e reforçou que a reforma tributária deve trazer benefícios para o estado. “Com esse equilíbrio de alíquota, a renda vai chegar a R$ 50 bilhões a mais todos os anos. São Paulo é o estado que mais se beneficia da reforma tributária, por isso que era importante que ela fosse aprovada”, respondeu Baleia Rossi.
Tarcísio já foi criticado por apoio público a reforma tributária
Durante a articulação da reforma tributária no Congresso Nacional, Tarcísio de Freitas declarou ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que “apoiava 95% da reforma”. À época, o governador chegou a ser chamado de “traidor” nas redes sociais e também foi criticado por parte da própria base aliada na Assembleia Legislativa (Alesp).
“A posição de São Paulo é favorável à reforma. A espinha dorsal da reforma, a tributação sobre base ampla, o IVA dual, o princípio do destino, sempre teve a concordância. O que a gente pondera são coisas pontuais. A gente concorda com 95% da reforma”, disse o governador em julho.
Após a declaração, Tarcísio participou de uma reunião do Partido Liberal ao lado de Jair Bolsonaro (PL) e foi alvo de críticas. O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL) disse que “ninguém outorgou Tarcísio a falar em nome dos deputados do PL e negociar o que quer que seja”. Parte dos presentes o aplaudiu.
Depois de alguns confrontos e desgastes com a base mais alinhada ao ex-presidente Bolsonaro, Tarcísio não se pronunciou mais sobre o tema durante a tramitação do projeto no Congresso Nacional.
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