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Vacinação contra a gripe A começa na segunda-feira (8) | Arquivo - Louafi Larbi / Reuters
Vacinação contra a gripe A começa na segunda-feira (8)| Foto: Arquivo - Louafi Larbi / Reuters

Paraná pede reforço para primeira fase de vacinação

As doses da vacina contra a gripe A (H1N1) que chegarão ao Paraná no próximo sábado serão insuficientes para imunizar todas as pessoas previstas na primeira fase de vacinação. O primeiro grupo a ser imunizado, entre os dias 8 e 19 de março, é formado por trabalhadores da rede de atenção à saúde e indígenas. Segundo o secretário de Estado da Saúde, Gilberto Martin, o primeiro lote será de 130 mil doses, quantidade inferior à solicitada pela secretaria. "Nossa solicitação foi de quase 300 mil doses", revela Martin.

Segundo o secretário, o Ministério da Saúde já sinalizou que irá enviar mais doses nos próximos lotes. A prioridade será para os trabalhadores que atuam na linha de frente no combate à nova gripe. Assim que a vacina chegar ao estado, as doses serão enviadas para as 22 regionais de saúde. As equipes de cada prefeitura irão buscar sua cota na regional e ficarão responsáveis por elaborar seu esquema de vacinação. (BMW)

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Enquanto países europeus tentam se desfazer de estoques de vacina que encalharam, o Ministério da Saúde comprou mais 30 milhões de doses e decidiu incluir na campanha de imunização contra a gripe A(H1N1) um novo grupo: pessoas entre 30 e 39 anos que não apresentam doenças crônicas. No Paraná, a decisão faz com que mais 1,5 milhão de pessoas passem a receber a vacina gratuitamente na rede de saúde pública. Pela projeção do ministério, o estado deve receber 4,5 milhões de doses, mas o secretário de Estado da Saúde, Gilberto Martin, estima que a quantidade ultrapasse os 5 milhões.

A vacinação começará na rede pública no dia 8 de março, em todo o Brasil. As pessoas de 30 a 39 anos serão as últimas a receber a vacina, entre os dias 10 e 21 de maio. Os motivos da ampliação do público-alvo, segundo o ministro José Gomes Temporão, foram a sobra de vacina no Hemisfério Norte, o que aumentou a disponibilidade do produto no mercado internacional, e o risco de agravamento da nova gripe nesta faixa etária.

No Paraná, estado que registra a maior taxa de mortalidade pela doença, 60,9% das 294 vítimas tinham de 20 a 49 anos. O secretário Martin comemorou a ampliação, mas considerou que ela poderia ser ainda maior. "Seria bom ampliar para adultos jovens de faixas etárias menores, se pudéssemos vacinar todas as crianças em idade escolar e por aí vai", afirma o secretário. Para ele, os estados da Região Sul do país deveriam receber mais doses porque eles registraram o maior número de mortes.

No total, serão imunizadas 91 milhões de pessoas no Brasil. Mais 20 milhões de doses ficarão armazenadas para suprir perdas durante o processo e para a possibilidade de vacinar outros grupos. Dessa forma, devem ser montados 36 mil pontos de vacinação em todo o país. O ministro da Saúde fez um apelo para que os municípios tenham horários ampliados de vacinação, inclusive para os fins de semana. Em Curitiba, a estratégia de vacinação será definida nos próximos dias.

Valores

As doses extras da vacina foram adquiridas do laboratório francês Sanofi-Aventis ao custo de R$ 300 milhões. Ao todo, o gasto do governo federal com medicamentos e vacinas para a nova gripe chegará a R$ 1,8 bilhão, mais do que o R$ 1,4 bilhão in­­vestido no ano passado no programa de aids, um dos mais caros do ministério.

Questionado sobre o fato de a atuação do governo brasileiro estar indo na contramão do que está ocorrendo na Europa, Temporão afirmou que, uma vez comprovado que a vacina é eficaz, não haveria por que não proteger a população. Ele disse ainda que os brasileiros têm uma cultura de adesão a campanhas de vacinação maior do que na Europa, acrescentando que a situação nesses países é diferente da verificada nos Estados Unidos, no México e no Canadá, onde a procura pela imunização foi maior. Temporão afirmou também que o Brasil levará vantagem sobre os países europeus por iniciar a vacinação antes do inverno, enquanto eles começaram a imunização já no início da segunda onda de aumento de casos.

Nos dois últimos meses, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem sido acusada de aumentar o alarde em relação à gripe para favorecer interesses econômicos de laboratórios farmacêuticos. Nesta semana, a organização afirmou que seria prematuro dizer que a pandemia já atingiu seu pico, mas reconheceu que ela não foi tão grave como se pensava.

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