O ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado, deve concentrar no STF a execução das penas dos condenados, mantendo os processos em seu gabinete. A decisão reforça sua posição central no julgamento do chamado “núcleo crucial” da trama golpista, que inclui Jair Bolsonaro e aliados. Moraes já conduziu etapas anteriores, como prisões preventivas e bloqueios de bens, e agora será responsável por fiscalizar cumprimento de penas, progressões e benefícios. A medida é vista como forma de garantir uniformidade e evitar disputas com instâncias inferiores, mas também alimenta críticas sobre concentração de poder no Supremo.
Lula celebra a prisão de Bolsonaro e generais; militares reagem
O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve por unanimidade a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes sob alegação de risco de fuga. A decisão também atingiu aliados: o deputado Ramagem perdeu o mandato e Eduardo Bolsonaro tornou-se réu. A Corte considerou uma vigília de apoiadores como fator de risco para novos atos semelhantes ao 8 de janeiro. Lula declarou estar “feliz” um dia após as prisões, enquanto clubes militares classificaram as detenções de oficiais como “injustas”. O general Heleno revelou ter Alzheimer após ser preso. Apesar do cenário, Bolsonaro segue visto como forte influenciador para as eleições de 2026. Paralelamente, cresce a tensão entre governo e Congresso, com ameaças de judicialização de pautas e obstáculos à indicação de Jorge Messias ao STF.
Mesmo preso, Bolsonaro segue como maior influenciador da direita
Mesmo condenado pelo STF a 27 anos de prisão por tentativa de golpe e inelegível até 2060, Jair Bolsonaro continua sendo peça-chave para a direita nas eleições de 2026. Apesar de estar preso e silenciado nas redes sociais, seu capital político e carisma mantém forte influência sobre candidaturas conservadoras. Analistas apontam que um apoio explícito de Bolsonaro pode garantir entre 20% e 25% dos votos no primeiro turno, praticamente assegurando vaga no segundo. A fragmentação da direita reforça sua posição como “fiador” das articulações, tornando qualquer candidatura dependente de sua bênção para ser competitiva.
PL reduz penas e revoga crimes usados pelo STF para perseguir opositores
A oposição no Senado protocolou o PL 5977/2025, chamado “Fim da Lei dos Exageros”, que pode reduzir a pena de Jair Bolsonaro de 27 para 6 anos e tirá-lo do regime fechado e também poderá beneficiar os réus do 8/1. O projeto revoga crimes criados pela Lei de Segurança Nacional, como “golpe de Estado” e “abolição do Estado Democrático de Direito”, considerados instrumentos de perseguição política. O texto já tem 35 assinaturas para tramitação em urgência, bem acima das 27 necessárias. Para os autores, a proposta corrige abusos do STF e busca pacificar o país.
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