“Bombar” nas redes sociais, conquistar muitos “retuítes” e invadir a timeline alheia com memes dos mais variados tipos e gostos deixou há tempo de ser algo restrito aos usuários que querem somente inflar o ego na internet. A distribuição de conteúdo e o (bom) relacionamento com os internautas passaram a ser atividade de trabalho para profissionais dedicados a repercutir na esfera virtual a atuação de empresas e marcas que buscam conquistar visibilidade em um espaço super concorrido.
O mercado de trabalho, atuação e oportunidades para os profissionais de mídias sociais – seja os já consolidados na profissão ou que buscam capacitação – farão parte das discussões do Curitiba Social Media (#CSM2015), evento de cultura digital que ocorre neste sábado (22) em Curitiba. Realizado desde 2011 na capital, o encontro traz debates sobre as principais tendências do mercado digital e da internet, em discussões que envolvem tecnologia, inovação, produção de conteúdo, cinema digital e fotografia.
A programação incluirá painéis e workshops específicos para os interessados em atuar como profissionais de mídias sociais, com representantes de grandes empresas de internet e que desenvolvem ações relevantes na rede, como o Pinterest, YouTube, Bradesco e Instituto Ayrton Senna. A intenção, segundo um dos curadores do evento e professor de Marketing Digital, Alexandre Inagaki, é desmistificar algumas ideias sobre a atuação na área e ajudar os interessados a trilhar o “caminho das pedras” para se destacar no mercado.
“Há essa confusão de que basta a pessoa gostar de usar o Twitter e o Facebook para ela já estar capacitada a trabalhar com isso. Mas é preciso comer muito arroz e feijão para se qualificar. Por outro lado, há a dificuldade de que os cursos que existem no mercado ainda são relativamente novos e nenhum supre todas as necessidades”, avalia Inagaki, que atua como consultor em projetos de comunicação digital e já atendeu empresas como Bradesco, Rede Globo, Coca-Cola e Sony.
A formação dos profissionais que atuam hoje no mercado é diversa e inclui principalmente egressos de cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Marketing. A pesquisa “O Raio-X dos profissionais de mídias sociais” divulgada em abril deste ano pela trampos.co e Alma Beta, mostrou que a idade média destes analistas no país é de 27 anos e quase metade da força de trabalho (47%) atua em agências digitais e full service.
O estudo mostra ainda que simplesmente postar nas redes sociais não basta. As principais atividades desempenhadas são redação de conteúdo, planejamento de presença em canais e análise de resultados do monitoramento.
“No final das contas, para trabalhar com redes sociais você tem que ser antes de tudo um ouvinte interessado. É preciso proatividade e interesse em se comunicar e conectar com as pessoas. E ter até noções de antropologia para entender porque as pessoas compartilham certos conteúdos. Sem contar que monitoramento de redes sociais também mexe com estatísticas”, resume Alexandre.
Pesquisa
Durante o #CSM2015, também será divulgada uma pesquisa inédita com o mapeamento dos profissionais que trabalham com mídias sociais no Paraná, realizada pela Loumar Turismo e IguWeb. O levantamento mostra, por exemplo, que 36% são oriundos de Publicidade e Propaganda e 28% vêm do Jornalismo – outras formações, como Relações Públicas e Design Gráfico, também são comuns.
“Um profissional de social media tem que ser um alguém que circule por todas as áreas de comunicação. Um post em uma rede social, por exemplo, envolve, design, texto e percepção de público. É preciso que esse profissional saiba preparar um conteúdo interessante, com um design legal e que converse com o seu público”, afirma o gerente de comunicação da Loumar, Garon Piceli.
