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Reconstrução

10 mil casas podem ter sido destruídas

Ilhota - Estimativas apontam que até 10 mil casas podem ter sido destruídas ou condenadas pelos deslizamentos de terra e desmoronamentos provocados pela chuva que atingiram cidades catarinenses. O desastre, ocorrido principalmente em bairros afastados e localidades rurais dos municípios, fez com que 5,5 mil pessoas fossem para abrigos e 27,2 mil para casas de parentes e conhecidos.

A Cohab de Santa Catarina também está prevendo a construção de 10 mil moradias para atender a demanda. O órgão começou a construir ontem 300 casas populares em Itajaí e diz ter pressa para abrigar as famílias. Um contingente de 32,8 mil pessoas não pode mais voltar para casa.

O número pode diminuir, já que as residências que a enxurrada não destruiu estão sendo avaliadas por geólogos. Eles analisam a possibilidade de as famílias retornarem para os locais que até semana passada ofereciam riscos. Muita gente teve de ser resgatada às pressas, tendo tempo de pegar apenas documentos e algumas roupas. Trancaram a casa e saíram, mas hoje não vêem a hora de retornar.

Com R$ 5 milhões doados por um instituto, a Cohab de Santa Catarina começou a construir as casas populares. A verba é suficiente para a construção de 325 moradias. A diretora-presidente da Cohab de Santa Catarina, Maria Darci Mota Beck, estima que se tudo correr bem semana que vem as famílias podem ocupar as casas. "Em quatro dias a casa fica pronta", garante.

Pela falta de áreas livres em Blumenau, Brusque e Itajaí, serão construídos prédios, que levam mais tempo para ficar prontos – pelo menos um ano. "Em Blumenau nem tenho terreno. Os geólogos estão fazendo estudo de quais terrenos serão liberados", afirma Maria Darci.

Dessa forma, as 180 mil famílias que estavam na fila da Cohab vão ter de aguardar um pouco mais. A prioridade é dos desabrigados e desalojados pela chuva. A meta inicial é a construção de 3 mil casas em janeiro. O número total de 10 mil residências será atingido conforme necessidade e ritmo dos fornecedores. A renda não será o critério determinante para a escolha das famílias, que receberão as casas de graça. Terão prioridade idosos, gestantes, deficientes, famílias com crianças, mulheres chefes de família. "A renda vai interferir nas casas de financiamento", explica Maria Darci. A Caixa Econômica Federal irá abrir uma linha de crédito de R$ 1,5 bilhão. Os moradores, nesse caso, terão um prazo maior de carência para pagar. O dinheiro é suficiente para construir 3 mil moradias.

O governo do estado não está fazendo licitação neste momento, já que estão sendo usados modelos padrão e fornecedores da Cohab, segundo a diretora do órgão. Ela diz que o Tribunal de Contas está orientando o governo. "O que não precisa licitar já vamos liberando. Não podemos ficar esperando, um mês, dois meses", conclui.

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