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Depois da série de arrastões registrados no Rio nas últimas 24 horas, a Polícia Militar afirmou que vai reforçar o patrulhamento a partir da noite desta segunda-feira (22). Isso significa, segundo a PM, aumentar o número de ações nas ruas, como blitz. A ação é uma das medidas anunciadas pelas autoridades para reprimir os ataques.

A PM anunciou, ainda, que vai contar com o apoio do Batalhão de Choque (BPChoque) para fazer a segurança das vias expressas, principalmente próximo aos locais onde ocorreram os últimos ataques.

Mais cedo, o comandante geral da Polícia Militar do Rio, coronel Mario Sérgio Duarte, disse que vai antecipar o esquema de policiamento do fim de ano. Segundo ele, folgas serão reduzidas para aumentar o efetivo, PMs que fazem trabalhos internos passarão a atuar nas ruas e sete mil novos policiais serão contratados até o fim do ano de 2011.

Até o fim de dezembro, de acordo com a polícia, mais 250 motocicletas vão circular pela cidade. Nesta segunda-feira, 140 veículos foram distribuídos para os batalhões: "Irão intensificar o policiamento nestas áreas que estão sendo alvo desses criminosos", disse o coronel Mário Sérgio Duarte. A PM, no entanto, não informou o número de homens que vão reforçar a segurança.

Os primeiros ataques começaram há quase dois meses. No início, as autoridades chegaram a negar a possibilidade dos crimes para não amedrontar a população. Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no fim de setembro, foram três carros roubados e um homem feito refém.

Diante dos ataques, a PM passou a usar, desde o dia 8 de setembro, um helicóptero para ajudar no patrulhamento. Além disso, 19 batalhões tiveram mudanças de comandante. Ainda em setembro, um ataque acabou com um motorista baleado. Mais uma vez foi anunciado reforço no policiamento.

Entre domingo (21) e esta segunda-feira (22) foram registrados mais seis ataques, cinco carros incendiados e a Secretaria estadual de Segurança Pública discute como reforçar o combate às quadrilhas. Pela primeira vez, as autoridades admitiram que pode se tratar de uma ação combinada pelos criminosos.

Beltrame atribui série de arrastões a facção criminosa

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que um "pequeno grupo de uma facção criminosa" seria o responsável pela série de arrastões: "Nós não vamos nos desviar deste tipo de conduta. Se não formos em frente com esse projeto, o Rio está sujeito a não conseguir resultados melhores na Segurança Pública", afirmou.

Segundo ele, as ações criminosas dos últimos dias seriam represálias à ocupação de 13 comunidades pelas Unidades de Polícia Pacificadora, as UPPs. Mais cedo, o comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, e o governado do Rio, Sérgio Cabral, já tinham dito que os ataques estariam sendo orquestrados por uma facção criminosa em represália às UPPs.

Beltrame disse também que a transferência de presos ligados ao tráfico de drogas de prisões no Rio de Janeiro para presídios federais também pode ser uma das causas dos incidentes registrados nos últimos dias.

O secretário descartou um pedido de ajuda ao governo federal para conter a onda de crimes do último fim de semana. Segundo ele, são ações pontuais que devem ser combatidas com reforço no policiamento e retomada de operações.

"Vamos voltar a atuar nos morros no sentido de buscarmos os autores disso. Mais importante é buscar os autores do que as causas desse ataque. Já estamos elaborando um cronograma. Vamos mandar mais uma leva de presos aos presídios federais", afirmou o secretário.

Beltrame, no entanto, disse não ter garantias de que os arrastões registrados nos últimos dias possam ser evitados no futuro. Ele explica que a ocupação de territórios do tráfico é um processo demorado, outros grupos criminosos poderão se sentir prejudicados e reagir.

"Garantir isso de certa forma é um blefe. Não há como garantir que não vai ter incidente em uma cidade de 12 milhões de pessoas, onde historicamente o tráfico se instalou. Temos que tentar buscar se antecipar. Estamos tentando pontualmente resolver. O que vai resolver esses problemas é o estado tomar territórios e debelar armas", disse.

Segundo o secretário de Segurança, nos últimos 2 anos 13 comunidades já foram ocupadas pela polícia pacificadora. A meta é que 40 conjuntos de favelas sejam ocupados por forças policiais até 2014.

Hipóteses da Polícia Militar

Para o comandante Mario Sérgio, os ataques estariam sendo orquestrados por uma facção criminosa em represália às Unidades Pacificadoras de Polícia, a transferência de alguns presos para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Catanduvas e para causar pânico na população.

"Os criminosos estão tentando promover o medo na população. Eles achavam que íamos retroceder e parar de pacificar as comunidades. Mas isso não vai acontecer. A Polícia Militar está preparada para qualquer ação. A população pode ficar tranquila", afirmou.

Ainda segundo o coronel, os ataques que aconteceram nesta segunda, foram uma represália a ação realizada pelo 41º BPM na cracolândia, onde muitos usuários de crack foram detidos.

PM nega ataques de uma mesma quadrilha

O Relações Públicas da Polícia MIlitar, coronel Lima Castro, negou que haja suspeita de que os ataques em diferentes partes do Rio tenham sido orquestrados por uma mesma quadrilha. "Já temos uma suspeita sobre um grupo que estaria novamente agindo na Zona Sul. Todos os dados estão sendo analisado pela área de inteligência para que a gente possa colocar essas pessoas atrás das grades", disse.

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