A audiência de conciliação entre a Cavo, empresa responsável pelo serviço de limpeza da capital paranaense, e o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Simeaco) no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-9), que começou às 15h30 desta quarta-feira (19), ainda está em andamento.
Os trabalhadores pedem reajuste de 20% no salário e 30% de aumento no vale alimentação. A Cavo manteve a proposta de reajuste de 10% nos salários e de 15% no tíquete ofertada na terça-feira (18) pela manhã, quando os trabalhadores deram início à greve. A pedida dos trabalhadores de 20% de aumento salarial não chega a R$ 200,00 para a maioria, segundo o advogado do Siemaco, Álvaro Nakashima. Já o advogado da Cavo, Pedro Paulo Pamplona, diz que a Cavo não tem como aumentar a oferta de 10%, porque isto causaria impacto no contrato com a prefeitura.
Avanços
Durante a audiência, o sindicato reclamou que vários trabalhadores acabam não usufruindo o benefício do vale-transporte por causa do horário de serviço. Ficou acordado que até 31 de julho a empresa deve apresentar um estudo de mobilidade com proposta de transporte da empresa para esses trabalhadores.
O benefício-farmácia, utilizado para a compra de medicamentos em drogarias conveniadas, será ampliado de 30 para 90 dias. O pagamento vai ser parcelado e não pode ultrapassar 25% da folha.
Ainda na audiência desta quarta-feira (19), Cavo e Siemaco concordaram em formar uma comissão de estudo para discutir novos uniformes. O material seria complementar, mais confortável e adequado às condições climáticas e normas de segurança. O estudo deve ser finalizado até 31 de julho deste ano. Assim, a Cavo diz que os novos uniformes poderiam estar prontos no início do próximo verão, com entrega até 10 de dezembro.
A greve
Na tarde desta terça-feira (18), a desembargadora e vice-presidente do Tribunal Regional do Paraná (TRT-PR), Ana Carolina Zaina, determinou a volta de 40% dos trabalhadores de limpeza pública. Esse porcentual poderia ser reduzido para 30% aos sábados (a partir das 13 horas), domingos e feriados. A coleta de lixo hospitalar deveria ser mantida em 100% todos os dias. A multa em caso de descumprimento da ordem foi fixada em R$ 20 mil por dia.
O sindicato acatou a decisão da Justiça e parte dos trabalhadores voltou ao serviço ainda na noite de terça. Na manhã desta quarta (19), 39 dos 97 caminhões utilizados para realizar a coleta do lixo foram colocados nas ruas. A Cavo, empresa responsável pelo serviço de limpeza, confirmou que os caminhões saíram da sede da empresa. Já nas equipes que fazem roçadas, varrição e que capinam passeios e locais públicos, entre os 10 grupos que atuam regularmente nesse setor, quatro voltaram ao trabalho.
Operação emergencial
A prefeitura disponibilizou 75 veículos próprios para dar apoio ao serviço. Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente, Renato Lima, a coleta segue em ritmo muito abaixo do normal. "São caminhões que não têm preparação para isso", explica. De acordo com o secretário, além das áreas de maior potencial gerador de lixo, nesta quarta-feira estão sendo atendidos os pontos que deveriam ter coleta nos dois dias anteriores. "Mas não dá para atender essas áreas plenamente, porque posso atender 40% só." Por enquanto, a orientação segue sendo manter os resíduos em casa.
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