Quem ainda não fez a recarga do cartão-transporte com o preço da tarifa antiga, a R$ 2,70, tem até as 23h59 desta segunda-feira (10) para fazê-lo no site da Urbs, através da emissão de um boleto bancário.
Se for pago dentro do prazo de vencimento, que normalmente é de sete dias, o valor pago pelos créditos ainda será o da tarifa velha. Os boletos gerados a partir da meia-noite terão o novo valor da passagem reajustado para 2,85. A taxa de emissão do boleto é de R$ 1,60.
A nova tarifa passa a valer a partir da zero hora desta terça-feira (11) em toda a Rede Integrada de Transporte (RIT), que atende a capital e 13 municípios da região metropolitana. O valor reajustado, de R$ 2,85, representa um aumento de 5,5%.
Nesta segunda-feira, quem optou por comprar em um dos 23 pontos de venda adicional, como bancas de jornal e lanchonetes, teve de enfrentar longas filas.
Até as 16h50 desta segunda-feira, as bancas de jornal conveniadas que vendem créditos do cartão-transporte atenderam a 4 mil pessoas. No posto de atendimento da Urbs, na Rodoferroviária, foram 2.125 pessoas - uma média de 250 usuários por hora. Também na Rodoferroviária a média de bilhetes comprados era de 40 passagens por usuário. A fila de usuários no local começou a se formar por volta das 8 horas.
A reportagem da Gazeta do Povo esteve na Rodoferroviária às 10 horas e a fila já reunia centenas de pessoas. Uma mulher que queria desbloquear o cartão não entendia a razão da fila e disse ter sido pega de surpresa com a notícia do reajuste.
A comerciantes Zilá de Almeida França, de 49 anos, soube pela televisão do reajuste, mas disse que já imaginava que algo poderia mudar depois das eleições. Ela conta que não usa transporte coletivo, pois vai a pé para o trabalho, mas compra créditos para o cartão-transporte da filha todo mês. "A gente sabe que tem um custo, mas sobe a passagem agora, em fevereiro tem outro reajuste e o ônibus está sempre pior", critica.
Também na fila, a estudante Lucimara Felício, de 43 anos, reclama do reajuste. Por dia, ela e o marido usam quatro passagens para os deslocamentos de casa para o local onde estudam. "Qualquer diferença, seja de R$ 0,15, já pesa no bolso do trabalhador. Saber que terá outro aumento seguido [em fevereiro] preocupa", desabafa. Ela usa o ligeirinho Fazendinha / Tamandaré e reclama do serviço prestado. "O ônibus está sempre cheio, não há segurança nem no ônibus nem na estação e ele não cumpre o horário", reclama.
Reajuste
A alta no preço foi anunciada na última sexta-feira (8) e, segundo a Prefeitura de Curitiba, irá significar um alívio de R$ 7,5 milhões, atualmente pagos em subsídios, aos cofres do governo estadual e da administração do município. Esse valor seria economizado até o fim do ano.
Também houve reajuste em outras tarifas cobradas no sistema, como a do Circular Centro (de R$ 1,70 para R$ 1,80) e da Linha Turismo (de R$ 29 para R$ 30). A tarifa domingueira continua em R$ 1,50.
Quem não tiver cartão-transporte, pode aproveitar e comprar um cartão avulso - disponível em bancas, que custa R$ 3 e que permite recargas de até 25 créditos.
Em fevereiro do ano que vem, uma revisão da tarifa técnica, aquela paga às empresas, também deve resultar em um novo reajuste aos usuários, informou a Urbs.