Foz do Iguaçu - O governo brasileiro tentará uma política de cooperação com o Paraguai para impedir que armas contrabandeadas entrem em território nacional pela fronteira entre os dois países. Hoje, quadrilhas que comandam o tráfico de drogas nas principais metrópoles brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, estariam se abastecendo de armamento pesado por meio de contatos no país vizinho.
O documento que prevê a cooperação entre as polícias é um Memorando de Entendimento. Embora tenha sido assinado há três anos, no dia 23 de novembro de 2006, o texto só foi publicado no Diário Oficial da União ontem. Por isso só entra em vigor agora.
O acordo define que as polícias dos dois países ficam comprometidas a atuar de forma conjunta no combate à fabricação e comercialização ilegal de armas de fogo, munições, acessórios e explosivos e a trocar informações sobre registro e propriedade.
Segundo dados da Polícia Federal, os principais pontos de entrada de armamento ilegal no país se concentram nas fronteiras com o Paraguai, Uruguai, Argentina e, mais recentemente, com a Bolívia. No Paraná, as rotas usadas pelas quadrilhas se alternam ao longo dos 200 quilômetros de extensão do lago de Itaipu, desde Foz do Iguaçu a Guaíra. Já em território nacional, seguem para o Rio de Janeiro e para São Paulo.
Como explica o chefe da Divisão de Repressão ao Tráfico Ilícito de Armas da Polícia Federal, delegado Marcus Vinícius Dantas, a necessidade de se firmar a parceria ganhou força no início de 2006, durante uma operação que culminou no fechamento de duas grandes lojas de brasileiros em Pedro Juan Caballero, vizinha a Ponta Porã (MS), e que levou à apreensão de 600 armas.
"Vimos que sem cooperação seria complicado frear a entrada de armas no país", lembrou o delegado, que destaca a considerável diminuição do arsenal ilegal nos últimos cinco anos. "Com a escassez, o preço das armas quadruplicou, em muitos casos inviabilizando a compra."
Acordos semelhantes entre o Brasil e o Paraguai têm dado importantes resultados também no combate ao tráfico de drogas. Em maio, representantes dos dois países assinaram um termo para a troca de informações, investigações conjuntas e capacitação de agentes. Em pouco mais de nove meses de experiências conjuntas, a parceria com as forças brasileiras de segurança havia resultado na redução de 25% da área de plantio de maconha no país vizinho e na apreensão de 2 mil toneladas da droga.
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