Com as contas suspensas nas redes sociais, por ordem do Tribunal Superior Eleitoral, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou que na próxima terça-feira (8) denunciará as violações à liberdade de expressão que ocorrem no Brasil à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em Washington, nos Estados Unidos. “Se você tiver sido censurado pelo Supremo Tribunal Federal, ou pelo Tribunal Superior Eleitoral, por favor manda sua denúncia para a gente”, afirmou em vídeo a parlamentar.
Neste domingo, em nota, ela disse que o Brasil “vive um processo de descumprimento de direitos humanos por vias institucionais corrompidas e aparelhadas”. “A liberdade de expressão é um desses direitos adquiridos e qualquer manifestação de ideias, seja por conversas privadas ou debates públicos, deve ser permitida e não pode ser previamente censurada por nenhum órgão de Estado”, diz o texto.
“Eu sou a mulher mais votada do Brasil para o cargo de deputada federal e estou impedida de me comunicar com meus mais de 9,5 milhões de seguidores em 7 redes sociais, o que configura claro ataque ao Estado Democrático de Direito”, completou em seguida, acrescentando depois que vai entregar à CIDH documento com os relatos de casos ocorridos no país.
Desde a semana passada, vários parlamentares e eleitores que apoiam o presidente Jair Bolsonaro tiveram contas suspensas em redes sociais ao divulgar questionamentos feitos por um portal argentino, La Derecha Diario, sobre a integridade da votação do segundo turno, que deu vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de Zambelli, tiveram as contas suspensas os deputados federais eleitos Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO) e os deputados federais Major Vitor Hugo (PL-GO) e Coronel Tadeu (PL-SP).