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A bala que atingiu a adolescente Bárbara Silveira Alves, 16 anos - morta após um suposto tiroteio envolvendo policiais à paisana e suspeitos de um assalto na quarta-feira -, é de uma arma calibre .40. Uma fonte ligada ao caso disse que este tipo de arma é característico do armamento utilizado por policiais civis e militares.
A informação não é confirmada oficialmente pela Polícia Civil. O caso ainda segue sob investigação na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), que ainda aguarda laudos do Instituto de Criminalística. A equipe de investigação da DFR ouvirá os policiais militares envolvidos na manhã desta sexta-feira (3). Depoimentos de outras testemunhas do crime devem ocorrer a partir da semana que vem. A lista de pessoas que serão ouvidas está sendo apurada pela polícia.
No local do crime, na tarde desta quinta-feira (2), ainda era possível ver as marcas de sangue da adolescente, que foi socorrida inicialmente por moradores e comerciantes da região.
Testemunhas que estavam no local - e que não quiseram se identificar - disseram que foram quatro tiros disparados. Algumas marcas de balas ainda podiam ser vistas em muros e paredes. "A gente viu que uma bala atingiu um muro, outra uma parede e a outra uma placa. A última pegou na menina", disse uma testemunha. Segundo os moradores e comerciantes ouvidos pela reportagem, as balas teriam saído do local onde estavam os policiais, perto do restaurante em que ocorreu o assalto.
Bárbara foi atingida por uma bala nas costas. Populares tentaram socorrê-la enquanto ela ainda estava consciente. Alguns minutos depois, uma ambulância do Siate chegou e levou a garota para o Hospital Cajuru. Ela não resistiu e morreu por volta das 14 horas. A população afirma que, no momento do tiroteio, outras crianças passavam pelo local naquele horário por causa da saída do colégio do turno da manhã.
A Polícia Militar foi questionada pela reportagem sobre o treinamento dos policiais e como eles são orientados a agir nessas ocasiões, mas não recebeu resposta até o fechamento desta matéria.
Sepultamento
O corpo da adolescente foi enterrado no começo da tarde desta quinta-feira (2) no cemitério do bairro Santa Cândida, em Curitiba. Em meio à revolta e muita tristeza, dezenas de amigos e familiares mostraram indignação e exigiram uma resposta rápida da polícia sobre o caso.
"Ela era uma menina extrovertida, muito feliz. Era a primeira a ajudar todo mundo", comentou uma das amigas do Colégio Estadual Santa Cândida, Karolyne Antonio, 15 anos. A estudante contou que toda escola está em choque e que pretendem fazer uma manifestação grande na semana contra insegurança na região.
Alguns alunos se manifestaram em frente à rotatória, próximo ao local do crime. Com cavaletes e faixas pedindo paz e criticando o governo estadual, alguns alunos expuseram um pouco da tristeza. "Ela sempre esteve ao meu lado, quando precisei. Era uma pessoa maravilhosa", disse outra amiga de Bárbara, Camila Machado, 17 anos. "Eu estava com ela momentos antes do crime. Nos separamos na rotatória. Ela iria para casa para fazer um trabalho da escola e eu iria para minha [residência]", contou.