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Ricardo Galvão, presidente do CNPq: tentativa de reverter fuga de cérebros.
Ricardo Galvão, presidente do CNPq: tentativa de reverter fuga de cérebros.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Um novo programa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pretende atrair cientistas brasileiros que atuam no exterior e, assim, reverter parte da chamada “fuga de cérebros”.

O programa ganhou o nome de "Programa de Repatriação de Talentos - Conhecimento Brasil", e tem como foco pesquisadores brasileiros que concluíram um mestrado ou doutorado no exterior nos últimos dez anos e que não tenham vínculo com instituições de pesquisa no Brasil.

O valor do benefício será de R$ 10.000 para mestres e R$ 13.000 para doutores. Além disso, eles receberão auxílio-instalação, auxílio-deslocamento, subsídio para plano de saúde e auxílio-previdência. O CNPq pretende gastar R$ 800 milhões no novo programa.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada neste sábado, o presidente do órgão ele explicou que a ideia é criar uma nova categoria de bolsas dedicadas exclusivamente a esse grupo. Segundo Ricardo Galvão, o governo brasileiro vem fornecendo milhares de bolsas de estudo no exterior, mas esses pesquisadores não encontram oportunidades adequadas de retornar ao Brasil.

“Desde antes do Ciência sem Fronteiras, distribuímos mais de 5 mil bolsas de doutorado no exterior e depois aumentou muito. E todos eles foram pro exterior e não tiveram oportunidade de retornar, não tinham laboratório, não tinha concurso, as empresas não estavam contratando”, afirmou.

Galvão também afirmou que a ideia é convencer pesquisadores que já estejam atuando no exterior. “As bolsas não são para arrumar salário para quem está desempregado, mas, sim, para a melhoria e aprimoramento do sistema científico nacional usando as capacidades dos pesquisadores brasileiros que atuam no exterior”, disse Galvão a O Estado de São Paulo.

Ainda de acordo com ele, o projeto deve priorizar instituições de pesquisa nas regiões Norte e Nordeste.

Galvão também rebateu as críticas de que o governo deveria priorizar a criação de empregos para os pesquisadores que já estão no Brasil. "São programas distintos. O que manterá os pesquisadores que estão aqui no País não é uma bolsa, mas um emprego permanente. Para isso (gerar empregos), somente no ano passado, nós investimos R$ 10 bilhões e, este ano, serão mais R$ 12 bilhões em dez programas estratégicos", afirmou.

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