Quando um colega me contou assim, a troco de nada que o físico Stephen Hawking tem certeza de que existe vida fora do planeta Terra, colocou uma pulga atrás da minha orelha. Há muitos anos decidi que não acredito em ETs. Não concluí, apenas decidi, já que sei tão pouco sobre o assunto que não dá para fazer uma análise, levantar uma hipótese e chegar a uma conclusão. É como a fé em um ser superior: algumas pessoas decidem acreditar que há uma mente criadora; outras concluem que ela existe depois de muito pensar no assunto. Acho que a maioria decide, opta ou segue um instinto sincero e, provavelmente, esses terão a fé mais forte.
Voltando ao Stephen Hawking, ele teria dito que, ao enviar naves para vasculhar o interior do Universo, podemos provocar outras criaturas que estão lá, quietinhas em suas galáxias, mas que podem se sentir agredidas com a invasão de seu espaço celeste.
Pois dois dias depois, estou eu procurando algo para ver na tevê com os meus filhos, e me aparece o Stephen Hawking em um programa em que ele apresenta o Universo aos leigos. O físico mais importante desde Albert Einstein vai mostrando a composição do Universo, começando pelo planeta Terra, que está dentro de um Sistema Solar, que por sua vez faz parte de uma galáxia, a qual é uma das cerca de 500 bilhões de galáxias que se estima haver no Universo. Já viram aonde o Hawking quer chegar, não é? Com tantas galáxias e planetas, cresce muito a possibilidade de haver formas de vida em outros lugares além da Terra. Formas estranhas aos nossos olhos, é claro.
Quer dizer que aquelas criaturas esquisitas de Guerra nas Estrelas não são tão inverossímeis? Hawking diz que não.
Aliás, vou ter de mudar minha forma de ver Guerra nas Estrelas. Sempre que apareciam os companheiros estranhos dos jedis (o peludão Chewbacca, o orelhudo Yoda), eu pensava: "Pisaram na bola ao colocar esses exageros. Fica tão inverossímil!". Pelo jeito, o George Lucas fez a lição de casa direitinho antes de inventar o bando de esquisitos. Eu é que não sei nada.
Diz o Hawking, com certo desprezo pela espécie humana (isso é dedução minha), que o ser humano é apenas uma figurinha minúscula dentro de um universo infinito. Seria um argumento perfeito para reduzir nossa empáfia de seres que se acham especiais. Pois me conduziu a um raciocínio oposto: não é incrível que estes serezinhos minúsculos, perdidos em um galáxia entre milhões, tenham consciência dessa infinitude toda? E de sua própria pequenez? Eu acho incrível.
A consciência nos faz buscar questionamentos e compreensões, cria angústias e, talvez, gere paz (a paz de quem descobre seu lugar e o aceita). Sentir-se um pontinho ou até menos que isso em um mundo gigantesco, brilhante e explosivo, onde estrelas morrem e buracos negros geram vida não é tão ruim assim. E que venham os ETs!