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Região Metropolitana

Compradores de condomínio em São José dos Pinhais protestam contra atraso na entrega dos apartamentos

Sem apartamentos, compradores  fecham cruzamento na Avenida Rui Barbosa, em São José dos Pinhais | Antonio More/Gazeta do Povo
Sem apartamentos, compradores fecham cruzamento na Avenida Rui Barbosa, em São José dos Pinhais (Foto: Antonio More/Gazeta do Povo)

Futuros moradores do Condomínio Parque das Nações, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, realizaram uma manifestação na manhã deste sábado (23) contra o atraso na entrega dos apartamentos. Os moradores reclamam do atraso na entrega dos apartamentos, que estava prevista para dezembro de 2014. Até agora, nenhuma unidade foi entregue pela construtora e os compradores continuam sem resposta.

“Na maioria das vezes eles nem nos tratam com respeito no sentido de dar uma explicação”, reclama a engenheira de produção Stephanie Rohen, que comprou um dos apartamentos do condomínio. “Eles mandaram uma carta ontem dizendo que as obras irão ser finalizadas o mais breve possível”, disse.

A incerteza quanto a data de entrega da obra gera dificuldades para os moradores. Stephanie conta que programou o casamento com o objetivo de morar na casa própria, mas dez meses depois ainda paga aluguel – além de pagar o financiamento. “A gente organizou nosso casamento para quatro meses depois de todos os prazos”, explica a engenheira de produção. “Hoje a gente gasta exatamente R$ 1,2 mil em aluguel fora os R$ 1 mil da prestação”, reclama.

Esse não é o único problema, de acordo com a compradora. Ela diz que já teve prejuízos por perder produtos que já estão fora da garantia por não conseguir mudar para o novo lar. “Eu tenho tudo comprado. Piso, eletrodomésticos, tudo guardado na casa dos outros porque no apartamento não cabe. Nesse meio tempo teve coisas que a gente comprou que venceu a garantia”, diz Stephanie.

Edson da Cruz, desempregado, também compareceu ao protesto com o filho pequeno. Ele conta que precisou fazer um empréstimo para pagar a entrada do financiamento e ainda paga aluguel – além das parcelas do imóvel que ainda não está pronto. “Um sonho que a gente foi atrás está se tornando um pesadelo porque agora a gente não consegue fazer outro financiamento”, reclama.

O plantão de vendas, que fica ao lado do condomínio, estava fechado na manhã deste sábado. A reportagem da Gazeta do Povo tentou entrar em contato com a imobiliária Emec, responsável pelas vendas, mas ninguém foi localizado. Ninguém foi localizado também na construtora responsável pelo empreendimento, a Fórmula Empreendimentos Imobiliários.

Protesto

Cerca de 70 manifestantes saíram da frente do condomínio e bloquearam o cruzamento da Avenida Rui Barbosa com a rua Alfredo Pinto, em São José dos Pinhais por volta das 10h50. Os manifestantes fizeram barulho e impediram que os carros passassem em todos os pontos do cruzamento. O trânsito ficou complicado no local por cerca de uma hora e meia.

Com a chegada da Polícia Militar os manifestantes começaram por volta das 11 horas uma caminhada pela avenida até a agência da Caixa Econômica Federal, próxima ao terminal de ônibus da cidade. O grupo bloqueou a pista e foi escoltado pelas viaturas.

Entenda o caso

As obras do conjunto habitacional Parque das Nações no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, foram suspensas pela Justiça em março de 2015. A Justiça entendeu que há problemas ambientais envolvidos na construção porque o empreendimento estaria em um manancial de uma área de preservação ambiental. Cabe recurso.

A decisão saiu depois que o Ministério Público do Paraná (MP-PR) entrou com uma Ação Civil Pública contra a construtora Parque das Nações Empreendimentos Imobiliários Ltda. O MP-PR defendeu na ação que no local “é possível observar o aterramento de zonas úmidas e alagadiças, em partes do imóvel.” Apesar disso, a empresa obteve licenças ambientais da prefeitura de São José dos Pinhais e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

No total, há 624 unidades habitacionais e um imóvel com 58 unidades comerciais em construção. O Ministério Público diz que parte dos imóveis foi financiada pela Caixa Econômica Federal (CEF) e a estimativa é de que cerca de 50% das unidades estejam vendidas. No início do processo, a CEF constava como uma das rés. Mas a própria Caixa informou que a instituição financeira foi excluída da lista de réus durante os trâmites.

As obras no condomínio estão em estágio avançado. A juíza, no entanto, ponderou que é melhor priorizar a proteção do meio ambiente do que outros direitos constitucionais, como o direito a moradia. Ela cita que os problemas causados por um dano ambiental podem ser irreparáveis.

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Fachada do Condomínio Parque das Nações, em São José dos Pinhais.

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