No ano em que se comemoram os dez anos da festa de Corpus Christi – tal como é celebrada hoje, num único evento reunindo praticamente todas as paróquias da cidade –, o grande diferencial foi o novo arcebispo. Esta é a primeira missa de Corpus Christi em Curitiba sem o criador do atual modelo, dom Moacyr José Vitti, morto ano passado. Coube a dom José Antônio Peruzzo, empossado em março, a tarefa de prosseguir a tradição que reúne em torno de 20 mil pessoas no Centro da cidade.
Desde as 6 horas da manhã, centenas de fiéis ornamentaram a rua com os tradicionais tapetes coloridos, estampados com símbolos religiosos. Cálices de vinho, cordeiros, rostos de Jesus Cristo e da hóstia consagrada foram as imagens mais frequentes. A logotipo do Ano Missionário, convocado pela arquidiocese, também apareceu em vários tapetes. Trata-se de uma campanha que pretende motivar o clero e os leigos a não limitarem sua vivência religiosa às paróquias, mas sim evangelizar em diversos setores da sociedade.
“A elaboração dos desenhos é livre, mas as imagens estão relacionadas à Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, já que Corpus Christi é a celebração do sacramento do corpo e do sangue de Jesus”, explicou o seminarista Matheus de Matos, da Paróquia São Francisco de Assis, no Xaxim.
Embora os jovens representassem a maioria na confecção dos tapetes, muitas famílias e idosos também compareceram. É o caso das amigas Denise Cubas Cesar, 67 anos; Maria Beatriz Probst, 63; Telma Carneiro, 60 e Maria Alice Milléo, 66, todas do Apostolado da Oração, da Paróquia Nossa Senhora das Dores. “Nós somos sessentonas. Como não conseguimos ficar horas ajoelhadas no chão, confeccionamos nosso tapete na paróquia e o trazemos pronto. Aqui só completamos a montagem com mais detalhes e imagens”, explicou Denise. Ela participa da confecção do tapete há 15 anos. “É um dia de louvor. De jeito nenhum viajo nesse feriado.”
Além da multidão de fiéis que acompanhou a missa celebrada por dom Peruzzo, às 15 horas, também participaram dezenas de padres, seminaristas, os bispos auxiliares e o arcebispo emérito, dom Pedro Fedalto. A música ficou sob incumbência do padre Reginaldo Manzotti.
O novo arcebispo inovou ao fazer todo o trajeto dos 1,7 quilômetros de tapete a pé, da Praça Tiradentes à Praça N. Sra. da Salete, carregando o ostensório com a hóstia consagrada, ajudado por representantes do clero.
As festividades foram encerradas, como de costume, com um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento num palco montado em frente ao Palácio Iguaçu.