Um empresário ligado ao ramo da construção civil foi preso, na manhã desta quinta-feira (12), em Pinhais, na região metropolitana. Nereu Juliani da Silva, de 46 anos, tinha empresas em Curitiba e desde 1991 vendia casas na capital e região. Ele é acusado de estelionato. Segundo a polícia, Juliani da Silva pegava o dinheiro adiantado para fazer as casas e não entregava a obra.
De acordo com o delegado Roberto de Almeida Júnior, da Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), o empresário iludia as vítimas oferecendo vantagens. "Ele tinha um folder muito bonito, onde estava escrito o seguinte: construa sua casa e ganhe um carro 0 km, sem sorteio. Ele montava estandes em feiras de imóveis com essas propagandas e espalhava outdoors pela cidade", explicou o delegado Almeida Júnior.
O delegado disse que as pessoas ficavam animadas com a chance de ganhar um carro novo e faziam o contrato com o empresário. "Ele pegava a metade do valor da casa, entre R$ 100 mil e R$ 140 mil, para começar a obra", disse. Juliani da Silva, segundo a polícia, começava a fazer os trabalhos, limpava o terreno e depois começava a enrolar, não cumpria os prazos. "As vítimas viam que ele não conseguiria entregar a casa no tempo e reclamavam."
Segundo as investigações, quando isso acontecia, o empresário contava histórias como ter problemas familiares, ou que os materiais da obra haviam sido roubados e pedia mais um tempo para os clientes. "Passava mais tempo e quando as vítimas tinham certeza que não receberiam a casa procuravam o empresário para fazer um destrato. Ele aceitava romper o contrato e se comprometia e devolver a diferença, mas supervalorizava o valor que tinha gasto nas obras."
Quando Juliani da Silva pegava R$ 100 mil dos clientes, falava que tinha gastado R$ 80 mil na obra. "Na verdade, ele não gastava nem R$ 15 mil, mas as vítimas aceitavam receber os R$ 20 mil restantes. O empresário dava uma nota promissória no valor de R$ 20 mil, mas na data da promissora nada era pago e a vítima ficava sem dinheiro nenhum", disse.
O mandado de prisão preventiva foi cumprido na manhã desta quinta-feira, após autorização da Justiça. "Primeiro fomos à sede da empresa dele, na Rua Baltazar Carrasco dos Reis, no Rebouças, mas como ele não estava lá fomos até a casa dele, em Pinhais", disse o delegado. Caso seja condenado, Nereu Juliani da Silva pode pegar uma pena de 1 a 5 anos de prisão.
Prejuízo
O delegado Roberto de Almeida Júnior estima que o empresário tenha causado um prejuízo entre R$ 600 mil a R$ 700 mil nas vítimas. "Temos denúncias de pessoas que caíram no golpe desde 2001. Acreditamos que, com o caso sendo divulgado na imprensa, mais vítimas apareçam e façam denúncias aqui na Delcon", disse. A delegacia fica na Rua Ermelino de Leão, 513, Centro de Curitiba. O telefone é o 3322-7897.
A reportagem entrou em contato com o advogado de defesa do empresário Nereu Juliani da Silva, Roberto Brzezinski Neto, mas não conseguiu comentar o assunto. Brzezinski afirmou que estava em uma reunião e não poderia atender ao telefonema.
Empresas com mesmo nome
Nereu Juliani da Silva atua desde 1991 no ramo de construção em Curitiba, com a empresa Andrade e Juliani Ltda. O empresário também tinha CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) de empresas com a razão social Concretiza, desde 2001, que é o nome fantasia de uma conhecida empresa do mesmo ramo que atua em Curitiba.
"Ele usou um nome conhecido para associar a empresa dele como sólida", explicou o delegado. O empresário tinha CNPJs das empresas Concretiza Incorporação e Empreendimentos Imobiliários Ltda, Concretiza Construtora de Obras Ltda e Concretiza Empreiteira de Obras Ltda. Todos eram nomes de razão social.
No site da Concretiza, a empresa que tem o nome fantasia, há um comunicado aos leitores avisando que a ação da polícia desta quarta-feira não tem nada a ver com a empresa. Um dos trechos da nota de esclarecimento diz o seguinte: "a Venétia Imóveis Ltda é empresa que atua há vários anos nos segmentos de construção civil e correlatos, adotando o nome fantasia CONCRETIZA CONSTRUTORA DE OBRAS e sendo também a detentora de direitos exclusivos sobre a marca CONCRETIZA CONSTRUTORA DE OBRAS".
O texto diz ainda que a empresa não tem nenhuma relação com as empresas do empresário Nereu Juliani da Silva, apesar de serem homônimas.
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