O governo do Paraná ainda não sabe qual índice de reajuste salarial será proposto aos professores em greve e ao demais servidores. Reunidos na noite de quinta-feira (7), o secretariado não bateu o martelo sobre a data-base, frustrando a expectativa da APP-Sindicato, entidade que representa os educadores, e da própria secretária da Educação, Ana Seres Comim, que na manhã do mesmo dia havia dito que pretendia acelerar as negociações para dar fim à greve.
“Falamos para ela [Ana Seres] que estamos 24 horas por dia à disposição para receber uma proposta do governo e já convocar uma assembleia. Esperávamos até que pudesse surgir uma proposta ainda ontem [quinta-feira], mas até agora não houve nenhum contato, nada”, disse o secretário de comunicação da APP-Sindicato, Luiz Fernando Rodrigues, na sexta-feira (8).
Sobre a reunião do secretariado, a Casa Civil informou apenas que “não se chegou a uma conclusão sobre a data-base” e que a proposta deve ser divulgada “nos próximos dias”. Desde o último dia 5, quando uma assembleia dos professores aprovou a continuidade da greve, a data-base tornou-se a principal reivindicação.
Nomeada na quarta-feira (6) em substituição a Fernando Xavier, Ana Seres tentou retomar o diálogo com o sindicato no primeiro dia de trabalho. Uma reunião com representantes da entidade durou quase duas horas.
A reportagem apurou, contudo, que há setores do governo estadual resistentes à ideia de ceder no que diz respeito à data-base, alegando que a situação financeira do estado não permitiria avanços nesta pauta. No início da semana, em entrevista à Gazeta do Povo, a secretária de Administração e Previdência, Dinorah Nogara, sugeriu que não poderia garantir nem mesmo a correção inflacionária. “Eu estaria sendo precipitada. Estamos trabalhando com vários cenários”, resumiu ela na ocasião.
Uma reunião entre Dinorah e o Fórum Estadual dos Servidores está marcada para terça-feira (12), quando se espera uma posição sobre a data-base. APP-Sindicato só deve convocar uma assembleia antes desta reunião se houver outros sinais do Executivo. Neste sábado (9), a greve completa 13 dias. Entre fevereiro e março, foram 29 dias de paralisação.
Os professores desejam 13,01% de reajuste e dizem que não aceitarão menos que a correção da inflação em parcela única.