Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
APÓS A GREVE

Estudantes voltam às aulas no PR com o desafio de recuperar o tempo perdido

Colégios precisam definir, cada um, como darão conta do ano letivo, que deve adentrar 2016 em metade das localidades

Embora dividida, categoria dos educadores da rede básica decidiu aceitar a proposta de reajuste do governo e encerrar a paralisação. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Embora dividida, categoria dos educadores da rede básica decidiu aceitar a proposta de reajuste do governo e encerrar a paralisação. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

As aulas nas escolas estaduais serão retomadas a partir desta quarta-feira (10), após mais de 70 dias corridos de paralisação e 49 dias letivos perdidos – somando a primeira e a segunda etapa da greve dos professores e funcionários da educação básica do estado. Em assembleia realizada na terça-feira (9), a maioria da categoria acabou aceitando a última proposta de reajuste salarial do governo estadual, após uma negociação tardia intermediada pelo Legislativo. Após todo o desgaste da greve, com a invasão da Assembleia Legislativa por professores e a repressão desproporcional aos manifestantes no dia 29 de abril, a volta ao trabalho não será fácil. Além de todos os ajustes necessários para a reposição das aulas e para o cumprimento dos 200 dias de ano letivo, algumas escolas voltarão a abrir as portas com os mesmos problemas de antes da greve.

A primeira questão está na indefinição do calendário escolar. Em cerca de 50% das 2,1 mil escolas do Paraná que pararam totalmente na greve, as aulas vão adentrar o mês de fevereiro de 2016. Nessas instituições os alunos já podem se acostumar com a ideia de suspensão dos recessos escolares de julho neste e no próximo ano. Mas as datas exatas ainda estão em aberto porque em cada escola houve uma adesão diferente à paralisação. Os diretores com seus respectivos núcleos de educação têm até dia 19 de junho para fechar seus cronogramas e até o fim do mês para homologar os mesmos. Esta é uma das condições para que não sejam aplicadas punições aos docentes e funcionários que tiveram faltas lançadas no mês de abril e descontos nos salários. O governo promete ressarcir os salários e anular as faltas na folha de julho se isso for feito.

Expectativa

Os pais de alunos esperam que a retomada das aulas traga o conteúdo necessário para que os estudantes não sejam ainda mais prejudicados por causa da paralisação dos professores e funcionários.

Anos letivos

O pedagogo Odin de Albuquerque Lima, 54 anos, pai de uma adolescente de 16 anos, diz que pretende acompanhar de perto as aulas da filha nos próximos dias. “O prejuízo é grande. Se não for dado 100% dos dias letivos, que seja algo próximo disso”, explica.

Ele diz que pensou em retirar a filha da Escola Estadual Dona Branca e colocá-la em um colégio particular, mas que as escolas que procurou não a aceitaram por causa do pouco ensino que a jovem recebeu durante o ano de 2015.

Vestibular

A comerciante Suzana Noemi da Silva, 39 anos, mãe de uma adolescente de 17, espera que a filha não perca conteúdo durante o resto do ano letivo. A jovem vai prestar vestibular e fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e precisa do conteúdo para tentar uma vaga numa universidade, já que não está fazendo curso preparatório. “Nunca aconteceu isso [greve de tantos dias]. Se eu tivesse condições teria transferido minha filha para escola particular”, diz.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.