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Filhotes de puma resgatados de incêndio vão para zoológico em Dois Vizinhos

A filhote de puma só quer ficar perto do irmão que está queimado e só conseguiu dormir depois de tomar remédio para dor. | Niomar Pereira
A filhote de puma só quer ficar perto do irmão que está queimado e só conseguiu dormir depois de tomar remédio para dor. (Foto: Niomar Pereira)

Um macho e uma fêmea de puma, também conhecidos por onças-pardas, foram encontrados ontem à tarde por cortadores de cana em uma lavoura no interior de Cidade Gaúcha, noroeste do Paraná. O local fica a cerca de 400 metros de uma mata fechada, de onde os animais devem ter saído. Os trabalhadores faziam uma queimada para limpar a área quando escutaram o choro dos animais. Eles chamaram a polícia ambiental que resgatou os filhotes. Os policiais disseram que no local não havia nenhum sinal da mãe deles.

O veterinário Rafael Domingues foi o primeiro a socorrer os dois irmãos puma. Ele acredita que os filhotes têm aproximadamente 45 dias. “Eles estavam bem alimentados, mas desidratados. A primeira coisa que eu fiz foi reidratar os dois e dar remédio para o macho, que estava com muita dor. Ele sofreu queimaduras no corpo inteiro, mas principalmente nas patas, na boca, nas orelhas e no focinho”, conta Rafael.

Os filhotes passaram a noite aos cuidados do veterinário e foram levados para o zoológico da faculdade Unisep, em Dois Vizinhos, no Sudoeste. Uma viagem de cerca de 400km e que durou quase oito horas. O policial ambiental Ivo Ferreira, que ajudou no transporte, conta que a equipe só parou em Cascavel para alimentar os filhotes e que o macho que está queimado só fica tranquilo perto da irmã.

No zoológico de Dois Vizinhos os pumas foram examinados pelo veterinário Felippe Azzolini, especializado em animais silvestres, que vai mantê-los isolados. Nos próximos dias ele pretende fazer um exame específico de visão no macho, para ver se as córneas foram afetadas pelas queimaduras. Dependendo da gravidade o puma corre o risco de ficar cego. A intenção do veterinário é, se possível, devolvê-los à natureza. “Pode levar até um ano. Mas primeiro a gente vai tratar, pra depois avaliar isso. Porque na natureza eles precisam estar 100% pra conseguirem caçar, pra conseguirem sobreviver sozinhos”, explica Azzolini.

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