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As equipes francesas que procuram as caixas-pretas do avião da Air France que caiu no Oceano Atlântico ainda não encontraram os objetos, disse nesta terça-feira (23) o órgão francês que investiga o acidente, após o jornal Lo Monde ter afirmado que sinais dos equipamentos foram localizados.
Um porta-voz da BEA, órgão francês que investiga o acidente, destacou que muitos sons foram captados fundo do mar, e investigadores não tem certeza de que o que eles detectaram tenha origem nos equipamentos do avião.
"Não é a primeira vez que são ouvidos sons e vamos verificar isso com todo o equipamento que temos à disposição", disse ela. "A busca continua e nós não encontramos os gravadores", completa. Uma porta-voz da Air France disse também que não podia confirmar a reportagem do Le Monde.
O jornal publicou que navios da marinha francesa captaram um fraco sinal das caixas-pretas do avião e que um minissubmarino foi lançado ao mar para tentar encontrar esses equipamentos no fundo do mar. As caixas pretas podem conter informações fundamentais para explicar o que aconteceu com o Airbus A330 que caiu no mar quando ia do Rio de Janeiro para Paris, em 1º de junho.
Um equipamento na caixa-preta, conhecido como "pinger", emite sinais eletrônicos a cada segundo por pelo menos 30 dias. O sinal pode ser captado a até 2 quilômetros de distância. Embarcações francesas envolvidas nas operações de busca incluem um submarino nuclear com um avançado equipamento de sonar e um navio de pesquisa equipado com minissubmarinos.
A remota localização no Atlântico assim como a profundidade e características do leito do oceano têm dificultado as buscas, e os destroços podem estar a profundidades que variam de 1.000 a 4.000 metros.
Buscas
Mesmo depois de seis dias sem encontrar mais corpos ou despojos de vítimas do acidente com o voo 447, a Aeronáutica e a Marinha do Brasil vão continuar com as buscas aos desaparecidos da tragédia aérea. Embora nenhum novo corpo tenha sido localizado na segunda-feira (22), possíveis destroços do avião Airbus foram avistados por aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB).
"Infelizmente, as possibilidades [de novos corpos serem encontrados] vão diminuindo a cada dia. Mesmo assim, por enquanto, as buscas vão continuar", afirmou o o capitão de fragata Giucemar Tabosa, do Centro de Comunicação Social da Marinha.
Segundo Tabosa, os coordenadores da operação militar conjunta se reuniram na manhã de segunda para avaliar a continuidade das buscas. Eles concluíram que, por enquanto, existem plenas condições logísticas para que os aviões e navios militares continuem com a missão ainda sem prazo para acabar.
As reuniões de avaliações serão realizadas a cada dois dias, para que se analisem questões de estratégais de buscas como a direção das correntes, as condições de clima, o tempo transcorrido desde o último resgate de um corpo ou despojo (partes que não podem ser caracterizadas como corpos) e as dificuldades de abastecimento dos navios e aviões militares.
Desde o início das buscas, no dia 1º deste mês, os aviões que participam da operação já voaram quase 1.350 horas, vasculhando cerca de 320 mil quilômetros quadrados, uma área correspondente a mais de duas vezes o estado do Ceará.