O Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba, atua com uma defasagem mensal de 40% para manter atividades de assistência à saúde e ensino. O maior hospital público do Paraná recebe um total R$ 8 milhões por mês para custear essas atividades. Atualmente, segundo a direção do HC, faltam R$ 3,2 milhões mensais. Além disso, não há previsão para chamar os 1,2 mil servidores via Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) aprovados em concurso público.
O hospital, que atende mais de 1 milhão de pessoas anualmente, tem como única fonte de receita permanente para prestação de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) à população o contrato com a Secretaria de Saúde de Curitiba. O valor do déficit não inclui os custos com a folha de pagamento dos trabalhadores, que são custeados pelo Ministério da Educação - exceto trabalhadores terceirizados pela Funpar.
“O orçamento do hospital se mantém estagnado há vários anos. Além disso temos o fato de muitas medicações serem importadas e terem seus preços atrelados ao dólar”, explica a direção hospitalar, via assessoria de imprensa.
Soma-se à crise financeira, a dificuldade em colocar 100% da capacidade do HC em funcionamento. Dos 570 leitos que podem ser reabertos no hospital, caso os demais servidores da Ebserh sejam nomeados, apenas 380 estão ativos. Ainda não há data para chamar os 1,2 mil trabalhadores que aguardam a convocação.
“Ainda não temos previsão de nova entrada de servidores pela Ebserh”, constata a direção do hospital. Atualmente o HC tem 3,1 mil funcionários. Desses, 416 são funcionários contratados pela Ebserh, que assumiu a administração do HC em outubro de 2014.
Leitos
Os servidores da Ebserh que já atuam no Hospital de Clínicas possibilitaram, de acordo com o HC, a abertura de 14 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulta, seis leitos de UTI Cirúrgica e 14 leitos de UTI Pediátrica e UTI Neonatal. Também foram abertas duas salas do centro cirúrgico. Há previsão para que sejam abertos, neste semestre, mais seis leitos de UTI Geral, dez de UTI Neonatal e dois de UTI Pediátrica.
Mesmo em condições financeiras adversas e com déficit de pessoal, o hospital afirma que a abertura desses leitos possibilitou aumentar os números de cirurgias e exames. De janeiro de 2013 a outubro de 2014, por exemplo, o HC registrou uma média mensal de 566 cirurgias. Com os novos servidores, foram realizados 611 procedimentos cirúrgicos por mês Na comparação com o mesmo período, o índice de exames realizados aumentou em média por mês cerca de 17%.